quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Os dois soldados (2ª parte)



CORDEL EM CAPÍTULOS II

O
post anterior terminou com a estrofe:

Percebendo que o homem
Queria participar
Da conversa, resolvi
Também com ele falar.
Perguntei: “E tu, amigo?
O que aconteceu contigo?
Como foi se machucar?”

Agora, a história continua...

OS DOIS SOLDADOS
Marcos Mairton
(continuação)

Apesar dos ferimentos
Ele logo respondeu
E me disse: “Eu lhe conto
O que me aconteceu.
Só que, antes, fale sério,
Se acredita em mistério,
Se é crente ou se é ateu”.

Respondi: “Me considero
Como espiritualista.
Não sigo religião
Mas não sou materialista.
Respeito, de coração,
O mulçumano, O cristão,
O hindu e o budista”.

Ele disse: “Então eu conto,
Mas preste muita atenção,
Pois o que me aconteceu,
Me causa admiração.
Depois que eu lhe falar,
Se tiver como explicar
Me dê a explicação”.

Há alguns anos atrás,
Tive um sonho interessante,
Que parecia real,
Uma coisa impressionante.
Por uma questão de terra,
Eu estava em uma guerra
Era um soldado, um infante.

Eu não sei qual era o ano,
Nem sei qual era o lugar,
Mas a arma que se usava
Era dessas de socar.
A cada tiro que eu dava
Outra vez recarregava
E tornava a atirar.

Nessa batalha sangrenta
Bala vinha e bala ia.
Do lado que eu estava
Toda hora alguém caía.
O inimigo era forte,
Ali nos rondava a morte,
Mas a ela eu não temia.

Depois de horas de luta,
Vi que nossa munição
Já estava acabando.
E aquela situação
Ficaria complicada
Se não fosse encontrada
Logo alguma solução.


Continua no próximo post...

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