terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cordel e Internet


POESIA DOS VISITANTES DE MUNDO CORDEL

Nos primeiros dias do ano, Mundo Cordel recebeu alguns comentários que não podem ficar restritos ao espaço de comentários. Afinal, nem todo mundo que acessa o blog se dá ao trabalho de lê-los, e os versos do poeta Anizão tem que ser lidos pelo máximo de pessoas possível.

Sobre a “
Receita de Cordel”, de Mundim do Vale, Anizão disse:

Gostei muito da receita
Pra fazer as poesias
Com rimas e com maestria
Petrificadas e perfeita
Que todo leitor aceita
Ler com prazer e emoção
As histórias e criação
Depois duma lição desta
Só se não for um poeta
Pois a venda não tem não.

E sobre os versos que um certo cantador teria feito, de improviso, citados no post "
CIDADANIA CEARENSE DE ARIANO SUASSUNA", acrescentou:

Ofender em poesia
É como homenagear
Ferida não vai ficar
As palavras são macia
São rimas na cantoria
Que vem na imaginação
Se for cantado é canção
São versos de apologia
Se ofendesse eu não dizia
Que tal fulano é ladrão.

Nada ofende em poesia
Sendo um cabra direito
Ele fica satisfeito
Ouvindo uma apologia
Feita com muita franquia
Para animar o salão
Do poeta é profissão
Chama até com o amigo
Sem ter medo de castigo
Seu Pica Pau é ladrão.


A poesia popular é assim. Um poeta vai se inspirando no que o outro escreve e fazendo seus próprios versos, os quais inspiram outros, e assim por diante, gerando essa manifestação bela e democrática da cultura brasileira.

Muito obrigado, Anizão, pela colaboração. Escreva sempre!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Poesia de Paulo Benz


DE VOLTA À AÇÃO

Depois de um mês fora do ar, Mundo Cordel volta à ação, e o faz exatamente onde havia parado, ou seja, falando do poeta PAULO BENZ, co-autor da poesia apresentada no post anterior.
Pra quem ainda não sabe, PAULO BENZ foi um dos premiados no Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães, de 2004, o qual gerou o livro “Poetas do RN”, chegando em terceiro lugar na edição de 2006 do mesmo concurso.
Embora sua especialidade não seja o Cordel, é uma honra trazer hoje uma de suas poesias publicadas na obra citada acima:

NOITE DESSAS

Se ao menos causassem os olhares esse modo
Estulto que tenho de carregar as minhas frases na alma...
Mas nada, quanto menos, menos,
Se não sombreia a vontade, quem dirá a dor de mundo...
Nas mesas recurvadas de alguns desses lares noturnos
Os garçons não atendem só aos desesperados,
Quando as vagas lembranças são garrafas na vitrine
E massas de delicados lábios se encontram sem plano,
Se teu gosto... ah, esqueça,
Vinhos não são iguais, como poderíamos...
E as margens eternas do rio sem suas águas
Perenizam qualquer motivo.

Gestos, para quem deles depende,
E uma suave atenção ao suceder de esquinas
Quando o ponteiro da velocidade
Ultrapassa o razoável...
Mas amanhã estarei sentado em minha sala
Como mesmo se nada em mim houvesse
Além da fronte suada...