terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Poesia de Sávio Pinheiro



2009. VOLTA À ATIVIDADE

Finalmente, retomo as atividades blogueiras neste 2009. Felizmente, no período em que Mundo Cordel ficou sem publicar, recebi valiosas contribuições para o retorno. Aí vai uma, do poeta Sávio Pinheiro.

CONSOLO DE PERDEDOR
Autor: Sávio Pinheiro


Cidadão desesperado
Que perdeu a eleição
Procure se sossegar
Dentro da nova gestão,
Pois o que aconteceu
Não é pra desilusão.

Durante o pleito acontece
As intrigas de rotina,
Discussões desnecessárias
Que maltrata e desatina,
Já que a indústria de fuxicos
Surge por trás da cortina.

Um eleitor consciente
Quase a gente nunca vê.
O político prometendo
Aparece na TV
E organizando o curral
Vai manobrando você.

A população presente
Ouve aquela citação
E acredita que vai ter
Grande valorização
Confiando com vigor
Num discurso sem ação.

O cidadão derrotado
E humilhado a sofrer
Tem medo da represália
Que derrotará o ser
E sofrendo de dá pena
Sente até que vai morrer.

Todavia, meu amigo
Procure ficar ciente.
Vou dizer para você
A situação dolente:
Quanto o poder oferece
Para a nossa pobre gente.

A maior parte da grana,
A qual chega à prefeitura
Dá pra dois, no máximo três,
Detentores da fartura,
Pois o esquema organizado
Vem da velha ditadura.

Outro time que se acha
E não pisa sobre o chão
Tem uns trinta componentes
Com postura de barão:
Este, não perde um churrasco
E tem nome de babão.

Este grupo é que conduz
E valoriza a disputa
Já que está na dependência
Da sobra da trinca astuta,
Pois os trinta não ganhando
Vão penar em sua labuta.

Um carro terceirizado
Uma venda pro poder
Um cargo de nome longo
Um momento de lazer
E a prestação de serviços
O faz se submeter.

Este tem a obrigação
De bajular em voz alta:
- O churrasco tinha a carne
Mais gostosa da ribalta
E a mulher do deputado
Boniteza não lhe falta.

Para o grupo que perdeu
E que tinha a intenção
De fazer parte dos trinta,
Ser do segundo escalão,
Sobra só o bom consolo
De escapar de ser babão.

Resta agora analisar
Com bastante coerência
Pra onde irão os demais,
Que detêm a paciência
E que tentam adquirir
Um grau de benevolência?

A população carente
De afeto e de ação
Comporá o grande grupo
Sem direito a um quinhão:
Parte tendo de acatar
E aplaudir a falação.

Mas o grupo tem dois lados:
O que perdeu e o que ganhou.
O primeiro gritará
Que o seu prefeito roubou
E o segundo, coitadinho
Ficará sempre mansinho
Sem admitir, que sobrou.

Um comentário:

  1. E sempre que se apresenta
    Alguma nova eleição
    Nosso povo permanece
    Na sua mesma condição
    Votando tudo inconsciente
    Em troca de um "favorzão".

    Algum político honesto
    Nunca mais se conseguiu.
    Todo cidadão que chega
    A essa condição que é vil
    Muda logo de partido
    E manda tudo ao funil.

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