segunda-feira, 30 de abril de 2012

Homenagem em Quixadá


Um magistrado federal defensor da cultura popular

Manter a cultura popular não é uma tarefa muito fácil no Sertão Central cearense. Em Quixadá tem um “herói do sertão”, João Soares, que tem “carregado nas costas” essa missão de manter viva com muita dificuldade a poesia dos repentistas de viola. A todo instante o mesmo tem ouvido muitos “nãos” por parte do poder publico.


Com bravura, ele tem conquistado pessoas certas que lutam com muito “sangue e suor” em defesa de uma causa, não seria diferente com o presidente do Instituto de Pesquisa e Viola Sr. João Soares, homem simples, porém, muito determinado na manutenção da poesia de cordel em nossa região, sempre lutou para que a cultura popular não morresse em nas cidades do Sertão Central cearense.


E foi exatamente que aconteceu. O destino quis fazer este encontro quando instalou a Justiça Federal em Quixadá, curiosamente o titular escolhido foi o Dr. Marcos Mairton da Silva, que também é um dos maiores promotores da cultura popular nordestina, onde mantém há bastante tempo fora do seu horário de expediente o site, Mundo Cordel, local escolhido para externar o seu amor pela cultura popular, e dividir com a sociedade cearense e o mundo todo o seu talento e sua desenvoltura como poeta, cordelista, compositor, cantor e escritor.


Foi com muita justiça que neste ultimo final de semana no Centro Cultural Raquel de Queiroz, a diretoria do Instituto de Pesquisa e Viola Cultural Popular do Sertão Central resolveu reconhecer este talentoso Juiz, concedendo-lhe o titulo de Sócio Benemérito, como forma de agradecimento ao seu grande empenho em querer manter vivo a cultura popular do Estado, principalmente a sua demonstração de carinho para com Quixadá, quando registrou em seus versos a Terra dos Monólitos mesmo em pouco tempo de sua permanência em Quixadá.


O momento foi de grande emoção para o homenageado, que falou que já tinha ganhado muitas outras homenagens durante sua vida, mas, aquela era muito especial para sua galeria de reconhecimentos. Também fez questão de registrar com muito carinho a presença do seu pai, que também é escritor, sua mãe e seu filho que vieram especialmente a Quixadá para participar do evento. Acrescentou que aquela comenda será exposta com muito orgulho em sua sala de trabalho na Justiça Federal.


O magistrado durante seu discurso de agradecimento aproveitou para recitar alguns versos de sua autoria, demonstrando sua desenvoltura poética, dividiu com os presentes que estará fazendo o lançamento do seu novo livro onde retrata a cidade de Quixadá, no mesmo dia da apresentação oficial da Academia Quixadaense de Letras, 25 de Julho de 2012, data essa onde o mesmo se tornará também imortal das letras ao lado dos escritores quixadaenses e do Sertão Central.


O evento contou com a presença do presidente do Centro Cultural Raquel de Queiroz, Henrique Rabelo, promotora de eventos culturais Iris Freitas, violeiros, poetas, os escritores João Eudes Costa, Bruna Costa, Angélica Bananeira e o escritor pai do homenageado Mansueto Silva, presente ainda Ângela Borges, contadora Célia Silva, estudantes, advogados, presidente do PR Valdênia, e várias admiradores da cultura popular. O promotor do evento foi o Jornalista e radialista Wanderley Barbosa.

domingo, 29 de abril de 2012

Poesia de Edimar Monteiro


AGRADEÇO AO MEU DEUS


Agradeço ao meu Deus
Por minha mulher dizer
Meu querido no jantar
Pouco temos pra comer
Eu olho pra ela e digo
Só em você está comigo
Muito tenho a agradecer


Agradeço ao meu Deus
Por minha filha falar
Não quero lavar a louça
Nem a roupa engomar
Isto me deixa contente
Pois a filha adolescente
Ao meu lado sempre está


Agradeço ao meu Deus
Pelas broncas do gerente
A maioria das vezes
Magoa demais a gente
Isso é coisa do passado
Ainda estou empregado
De Deus isto é um presente


Agradeço ao meu Deus
Pelo estrago que ficou
Depois daquela festinha
Que muito me alegrou
Pois sei que estou rodeado
De amigo por todo lado
Honras que Deus ofertou


Agradeço ao meu Deus
Por muito ter engordado
Porque isto quer dizer
Que estou bem alimentado
Não me falta suprimento
Isto é um lenimento
Neste mundo flagelado


Agradeço ao meu Deus
Por ser justo e fiel
E por ter o meu espaço
Nesta torre de Babel
Louvo-te de coração
Por me dar a permissão
De fazer este cordel

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O canto de Genildo Costa



MEU BRASIL DE CANTO A CANTO
TEM SUOR DE NORDESTINO
Poesia de Antonio Francisco
Interpretada por Genildo Costa


Quando a seca vem devora
Do Nordeste toda flora
Nordestino vai embora
Para o Sul a todo instante
Trabalhar como gigante
E ganhar como menino
Molhando o solo sulino
Com sangue, suor e pranto.
Meu Brasil de canto a canto
Tem suor de nordestino.


Numa favela jogado
Lá no Rio de Janeiro
Sem emprego e sem dinheiro
Na sombra do Corcovado
Todo o tempo ajoelhado
Esse pobre peregrino
Pedindo a Jesus divino
Que lhe cubra com seu manto.
Meu Brasil de canto a canto
Tem suor de nordestino.


Foi soldado da seringa
Lá pelas bandas do Norte
Brincou lá com sua sorte
Longe de sua caatinga
Seu suor ainda pinga
Dos galhos do cipó fino
Num testemunho divino
Que o nordestino é um santo.
Meu Brasil de canto a canto
Tem suor de nordestino.


Por esse pau-de-arara
Brasília foi construída
Esse pedaço de vida
Tem ferida que não sara
Gastou o suor da cara
No governo Juscelino
Merecia estátua e hino
Quem trabalha do seu tanto.
Meu Brasil de canto a canto
Tem suor de nordestino.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Poesia de Dalinha Catunda




MEU BAIÃO-DE-DOIS

*
Chegando ao meu Ceará
Fui logo para o fogão.
Peguei feijão de corda
Cozinhei para o baião.
Peguei pimenta de cheiro
Ali mesmo no canteiro
Da mulher do seu João.
*
Peguei nata, peguei queijo,
De alho peguei uns dentes.
Da pimentinha de cheiro,
Já fui tirando as sementes,
E catei logo o arroz,
Organizando depois
Os outros ingredientes.
*
Quando o feijão ficou pronto
Com o arroz misturei
Botei um pouco de sal
Botei mais água e provei.
 Com a cebola na mão,
O tomate e o pimentão,
O baião eu temperei.
*
Pra ver se já estava seco
Meti a colher no centro.
Peguei o queijo de coalho,
Joguei uns pedaços dentro.
O queijo se derretia
Minha gula aparecia
Com o cheiro do coentro.
*
Após esta maratona
Ficou pronto o meu baião
Comida mais cobiçada
Pras bandas do meu sertão.
Repito: baião-de-dois,
Não é só feijão com arroz,
Tem segredo e tradição!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Canção para a Terra





22 de abril, Dia da Terra. Da nossa “Mãe Terra”

Chamar nosso Planeta de “Mãe Terra” pode ser uma adesão à Hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra é um ser vivo.
Mas pode ser também uma metáfora. Uma forma de reconhecer o quanto ela é generosa e paciente com os filhos que gera, principalmente nós, os mais levados, cujas estrepolias põem em risco a nós mesmos e tantos outros seres vivos, nossos irmãos.
Isso mesmo: IRMÃOS. Porque reconhecer-se filho da “Mãe Terra” é permitir a si mesmo o sentimento da fraternidade não apenas por cada ser humano, mas também por cada animal, cada planta, cada fonte de água...
Em 1855, um índio disse ao presidente dos Estados Unidos: “Os gamos, os cavalos, a majestosa águia, todos são nossos irmãos...”. Mais de meio século antes, na cidade de Assis, um jovem chamado Francisco fazia louvores a Deus pela “nossa mãe, a Terra, que nos sustenta e nos governa, e dá tantos frutos e coloridas flores, e também as ervas”.
No “Dia da Terra”, é um prazer cantar para o Planeta maravilhoso, que, com verdadeiro amor de mãe, nos alimenta, abriga e acolhe carinhosamente... 


Voar,
Cruzar teu céu e sobrevoar teu mar
De leve de tocar
E então mergulhar!
Correr,
Pelos teus campos à luz do alvorecer.
Quero te conhecer
E sentir o prazer...
De viver,
Ó, Mãe Terra,
A vida inteira assim.
Pois bem se que sou parte de ti
E tu és parte de mim!

Faça o download gratuito da canção.

  Mãe-Terra, Mother-Earth! by Marcos Mairton 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Poesia de Mundim do Vale

No dia 26 de março deste ano, faleceu Pedro Alves de Morais, o Pedro Piau, pai do poeta Mundim do Vale. Graças a minha amizade com Ricardo Piau, irmão de Mundim, tive oportunidade de conhecer Pedro Piau e ver a amizade com que se relacionava com os filhos.

Semana passada, Ricardo me enviou esses versos, que mostram a grande sensibilidade do poeta Mundim do Vale, ao mesmo em tempo em que destacam as lições e o exemplo de vida que Pedro Piau deixou para seus filhos.

Meu abraço solidário a toda a família Piau, formada por pessoas por quem tenho grande carinho, ainda que há muito não tenha contato com muitos dos seus membros.

Seguem os versos de Mundim do Vale e uma foto da cidade de Várzea, Terra dos Contrastes, Terra dos Piau.



CONVERSANDO COM O MEU PAI
Mundim do Vale 

Meu pai, que grande alegria, 
Estou feliz, pode crer. 
Eu marquei para este dia 
um diálogo com você. 
Tudo que vou perguntar, 
sem querer lhe incomodar, 
vou usar como apostila. 
Sua vida duradoura 
sempre foi a promotora 
da união da família? 


 Meu pai, me diga, por quê 
A sua serenidade? 
Diga-me: por que você 
vive com tranquilidade, 
se durante a sua vida 
houve subida e descida 
para você enfrentar? 
Com quem você aprendeu, 
de quem você recebeu, 
como pôde conservar? 


 Ensine como guardou 
todos os princípios seus. 
Diga-me: de quem herdou 
sua grande fé em Deus? 
A sua religião, 
sua boa educação 
são herança de seus pais? 
Sua boa experiência 
E o dom da paciência, 
por que crescem sempre mais? 


 Diga como conseguiu 
Construir seu ideal 
Se você não concluiu 
Nem mesmo o primeiro grau? 
Por que você, nessa idade, 
Tem tanta vitalidade 
Que nem todo mundo tem 
Diga sem pestanejar 
Se pretende ultrapassar 
Dos noventa para os cem. 


 Uma coisa que eu queria 
E há tempo peço a Deus 
É de poder ver um dia 
Meus filhos iguais aos seus. 
Se você me ensinar 
A receita de educar, 
Quem sabe, posso aprender? 
Só tem uma coisa mais: 
Nós dois não somos iguais. 
Como é que eu vou fazer? 
_____________________________ 


 Meu filho, eu vou explicar 
Da vida a realidade 
Não há quem possa mudar 
O poder da divindade 
Eu tropecei na descida 
Me equilibrei na subida 
Porque com Deus ninguém cai. 
E assim eu vou lutando, 
Com lembrança conservando 
Os conselhos do meu pai. 


 Lhe ensinar como guardei 
Os meus princípios de fé, 
Não vai precisar, eu sei, 
Pois você sabe o que é. 
Para alguém ser educado, 
Não precisa de mestrado 
Nem de pós-graduação. 
Paciência e experiência 
São virtudes de ciência 
Que não têm limitação. 


 Meu ideal encontrei 
Com muita boa vontade, 
Por isso não precisei 
Diploma de faculdade. 
Se muito eu estou vivendo, 
É Deus quem está querendo 
Meus trabalhos concluídos. 
Se ele assim determinar, 
Posso até ultrapassar 
Os cem anos bem vividos. 


 Um jardim fica seguro 
Se o jardineiro regar 
Para um filho ter futuro 
O pai tem que educar. 
Siga em frente, não esqueça 
Grave na sua cabeça 
Tudo que eu lhe ensinei. 
Caminhe pelos meus trilhos, 
Repasse para seus filhos 
A educação que lhe dei. 


 Meu filho, eu também gostei 
Dessa sua arguição 
Você sabe, eu também sei 
o valor da educação. 
Meus filhos são um composto 
E não me deram desgosto 
Nem um dia em minha vida. 
Com essa boa convivência 
Hoje eu tenho a consciência 
Da minha missão cumprida. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Centro Cultural Banco do Nordeste




AGENDA CULTURAL ABRIL 2012

Recebi e-mail da leitora Simone Pessoa divulgando eventos a serem realizados no Centro Cultural do BNB neste mês de abril, o qual entendo relevante repassar:

Gente,

No mês de abril, o Centro Cultural do BNB vai promover uma série de eventos, palestras e troca de ideias em torno da Literatura. Como sei que vocês são da turma dos que gostam de escrever, estou destacando esses dois eventos para vocês anotarem em suas agendas:

- Dia 14/4 (17 hs) – Troca de Ideias: O ciclo de livro, da criação à edição (debate com escritores sobre o processo criativo e os caminhos para a publicação);

- Dia 26/4 (16 hs) – Bate papo com José Castello (escritor, crítico literário, articulista do O Globo) sobre literatura e lançamento do seu livro RIBAMAR, contemplado como o melhor romance pelo Prêmio Jabuti.

Repassem essa dica a quem vocês imaginem que possam se interessar.

Abraço,

Simone

O Centro Cultural do BNB funciona nos primeiros quatro andares do edifício Raul Barbosa, Rua Floriano Peixoto, 941 – Centro, Fortaleza-CE

terça-feira, 3 de abril de 2012

Cordel e Educação



"MEU TRABALHO PARA A ESCOLA 
É FAZER UM CORDEL"
Marcos Mairton

Quase todo dia recebo neste Mundo Cordel manifestações como essas:

“Ai eu tô presisando de um cordel para um trabalho da escola, eu ñ sei fazer e por isso pesso a ajuda de vcs por favor me manda um ainda hoje!!!!!!!”

“eu não sei fazer um cordel pois minha Professora de Lingua Portuguesa quer que eu e meus colegas de sala passem um cordel mais ninguem sabe tem como voçes mim ajudarem um pouco ou então da uma dica de como é um cordel ?”

“ahhhhhhh ate vc (...) a prof de poRTUGUES Passou esse mtrabalho!!!!!!!!!!!!!poiser gente nao tenho a minima como criar um cordel me ajudemm...........por favor”

“n sei fazer cordel presiso pra 2 trabalho de arte”

Longe de querer tripudiar sobre a dificuldade que essas pessoas demonstram para a comunicação por meio da Língua Portuguesa - até porque em geral são crianças, que dão seus primeiros passos na linguagem escrita - pretendo chamar a atenção para um fato que parece estar relacionado com a popularidade que a Literatura de Cordel vem reconquistando nos últimos anos.

Bem se sabe que atualmente, nas escolas brasileiras, é comum se falar de Cordel na sala de aula, seja para o estudo da Literatura de Cordel como manifestação artística, seja usando o Cordel para estudar outros temas, como ecologia, história e até matemática.

Para mim, que sou cordelista - e penso que, para os cordelistas em geral - é animador ver o Cordel ocupando esse espaço na educação, seja de crianças, seja de jovens e adultos. A linguagem simples e direta, associada ao ritmo da escrita rimada e metrificada, sem dúvida são fatores que ajudam no aprendizado, e, ao que tudo indica, os resultados já são sentidos pelos educadores que lançam mão do Cordel em seu trabalho.

A par disso, parece-me estranho que alguns professores estabeleçam a criação de um Cordel, tratando desse ou daquele assunto, como trabalho a ser desenvolvido pelos alunos, valendo nota. Quando recebo os pedidos de ajuda dos estudantes internautas, pergunto-me: “É razoável exigir de um estudante, especialmente uma criança, que aborde determinado tema em versos, observando as regras de rima e de métrica características da Literatura de Cordel?”.

Ainda não cheguei a uma posição definitiva, mas, até agora, o estabelecimento da criação de um Cordel como tarefa válida para obtenção de nota, tem me parecido um tanto forçado. Chego a pensar se os professores que agem assim vêem o Cordel com algo banal, que qualquer pessoa poderia criar. Por outro lado, não posso crer nisso, pois sei que os professores que utilizam o Cordel como ferramenta educativa são exatamente aqueles que o valorizam e admiram, e quem estuda a Literatura de Cordel sabe que não é fácil escrever rimando, metrificando e, ainda por cima, sintetizando o conteúdo para desenvolver ideias, às vezes complexas, em estrofes de seis, sete ou dez linhas.

Aliás, até se torna relativamente fácil para quem tem o dom, o que não depende de educação e cultura, pois muitos são os cordelistas de renome que praticamente não tiveram estudo, embora a maioria reconheça que a leitura enriquece o vocabulário e amplia as possibilidades para a abordagem de assuntos mais variados.

Sabendo disto, parece-me natural que, em um grupo de estudantes, um ou outro tenha condições para escrever em forma de Cordel, mas boa parte simplesmente não conseguirá. Afinal, é de arte que se está a tratar, e arte requer um mínimo de talento.

“Mas, crianças não fazem atividades com tintas e pincéis, sem ser artistas plásticos?”, é a pergunta que me vêm à mente. E junto me vem uma resposta: “É verdade. Como é verdade também que crianças fazem pequenas dramatizações sem ser atores e atrizes, mas, não é comum que crianças componham canções ou executem peças musicais ao violino”. No final, salvo os casos de crianças-prodígio, nem o quadro será arte plástica, nem a dramatização será uma peça de teatro, mas alguma coisa será feita. Já a canção, pode ser que nunca fique pronta. Quanto ao violino, além de ser complicado até para músicos, o ruído que faz quando mal utilizado é simplesmente insuportável.

Talvez as coisas sejam assim mesmo. Algumas manifestações artísticas suportam bem que pessoas que não têm vocação para elas brinquem com suas ferramentas, outras nem tanto. Pelo que tenho visto nos pedidos de ajuda que chegam ao Mundo Cordel, parece-me que, tendo como ferramenta a palavra, e sendo necessário que o uso da palavra observe algumas regras rígidas, a Literatura de Cordel é muito divertida para ser lida, declamada, interpretada, mas a sua criação costuma deixar em pânico aqueles que não têm pelo menos um pouco de habilidade inata para fazê-lo.

Nessa linha de pensamento, creio que até faça sentido adotar como atividade escolar a tentativa de elaboração textos em forma de Cordel, como trabalho de grupo, mas sem o dever de se chegar a um resultado final muito elaborado. Isso daria oportunidade para que cada um desenvolvesse o seu talento e criatividade, mas sem gerar pressão sobre os que não conseguissem chegar a um resultado apresentável.

Claro que essa é a minha visão, como cordelista, sem qualquer garantia de que outros cordelistas pensem assim, e sem saber o que pensam os educadores sobre o assunto. Estes talvez tenham explicações que afastem totalmente essas minhas ponderações, e eu bem que gostaria de conhecê-las.