"O ARRANCA-RABO DE YOKO ONO COM MARIA BONITA"
OU "A DESANVENTURA DE JOHN LENNON E LAMPIÃO"
Autor: Sávio Pinheiro, médico e cordelista natural de Várzea Alegre-CE, que, segundo notícia do Jornal A Praça, de Iguatu, de 25.08.2007, "vem usando a literatura de Cordel para divulgar seus projetos na área de Saúde da Família e por conta disso já ganhou vários prêmios nesta área em todo o Brasil". Quem enviou o material foi meu amigo e colaborador Ricardo Piau, varzealegranse dos bons, morando no Juazeiro do Norte do meu Padim Ciço.
No mundo, ao qual habitamos,
As injustiças imperam
As guerras se multiplicam
As vidas se desoneram
E sem justiça social
Os povos se desesperam.
No século, que se passou
Houve muita tirania,
Assisti guerras horrendas,
Multidões em agonia,
Porém, a paz almejada
Não saiu da fantasia.
O tempo assim vai passando...
A esperança também!
A insegurança aumentando
Não tem pena de ninguém
E a tão sonhada igualdade
Voa alto... Muito além!
Nesse cenário esquisito
Observo sempre, atento,
O pensamento reinante
Do povo em movimento
E um caso interessante
Narro aqui, nesse momento.
Certo dia de domingo,
Num plantão no hospital,
Atendi a um paciente,
Que em sua casa passou mal,
Tendo um quadro de delírio
Quase sobrenatural.
Narrativa de valor
Chamou a todos à atenção:
Um homem muito educado
De bem traçada feição
Após grande bebedeira
Pôs a mente em confusão.
Um episódio delirante
Após parar de beber
Fez-lhe bastante agitado
Sem vontade de viver
Porém, ao ser medicado
Filosofou com prazer:
- Eu sempre fui defensor
Da justiça social
E eterno incentivador
Da concórdia universal,
Daí, nutrir grande crença
De ver a paz mundial.
Enquanto o homem sonhava
O seu olhar foi pro teto
Vislumbrou grandes besouros
Sob a laje de concreto
E delirando, de fato,
Foi falando bem direto:
- Silêncio! Peço silêncio!
Pois assisto a uma visão:
Vejo uma mulher brigando
Xingando uma outra, então,
É a esposa de John Lennon
Com a mulher de Lampião.
Yoko:
Quem você pensa que é
Cangaceirinha atrevida
Pra falar mal do meu Lennon,
Que defendeu sempre a vida,
Você tem é muita inveja
Por ser tão desprotegida.
Maria:
Não me sinto garantida
Nesse mundo injustiçado,
Onde o rico oprime o pobre
Com plano já bem traçado;
Pois se o Lennon quis a paz
Não chegou no meu roçado.
Yoko:
Um planeta abençoado
Foi o que Lennon mais pediu.
Criticando sempre as guerras,
Da violência, fugiu,
Não concretizando o sonho
Do nosso mundo partiu.
Maria:
Sei o quanto ele insistiu
Nessa determinação
E que utilizou o rock
Com bastante precisão
Porém, foi assassinado
Como foi o meu Lampião.
Yoko:
Neste ponto, tens razão,
Ó criatura rural!
Pois a dupla sucumbiu
Na busca de um ideal:
O Lennon buscando o bem
E o teu Lampião, o mal.
Maria:
Se ele usou o seu punhal
Na labuta do cangaço
Foi para fazer justiça
Com fé e sem embaraço
Numa afronta aos coronéis
Que mandavam no pedaço.
Yoko:
Virgem fica sem espaço
Nas andanças do teu bando
Pois o grupo em algazarra
Pela mata ia estuprando
As donzelas mais bonitas:
Era assim, de quando em quando.
Maria:
Já que queres me lembrar
De pendenga sexual
No bando de Liverpool
Tinha um rapaz genial
Que traçava gente moça
Mesmo intelectual.
Yoko:
Não compare o bem com o mal
Catitinha do sertão
O John Lennon tinha estampa
Era um tipo bonitão
Tinha os seus cabelos longos
E artefato na visão.
Maria:
Parece é com Lampião
A sua descrição veemente
Pois Virgulino ostentava
Sua fama de valente
Com uns óculos redondinhos
E cabeleira decente.
Yoko:
Tu tens fama de valente
E és bastante atrevida
Em comparar o teu marido,
Semelhança merecida,
Porém, a mente, do meu
Tem pureza garantida.
Maria:
Não se faça de vencida
Japonesa alvoroçada.
Tu mandas no teu marido
E ele só tem fachada;
Os ingleses que o digam
Sua cobra disfarçada.
Yoko:
A nossa rainha amada
Deu-lhe um título de valor
Membro do Império Britânico
Foi cedido a primor
Devido a sua importância
O chamaram de senhor.
Maria:
Ele viveu o esplendor
Na certa, bem merecido;
Todavia, Lampião
Não ficaria esquecido;
O título de Capitão,
Deu-lhe as tropas, do partido.
Yoko:
O governo ressentido
Com o Carlos Prestes em ação
Cedeu-lhe a nobre patente,
Mas não deu de coração,
E jogo de interesse
Para mim não vale, não!
Maria:
O jogo da sedução
Habita todo Poder.
A rainha Elisabeth
Também quis enaltecer
Os interesses do Reino
E a todos favorecer.
Yoko:
A mídia lhe dá prazer,
Vejo bem em seu olhar,
Pois falas com emoção
Ao, este tema, abordar
A política te fascina
Você não pode negar.
Maria:
Insisto em acreditar
Que um dia vencerei,
Pois com a vida cangaceira
Jamais edificarei;
Porém, temo que este sonho
Eu jamais construirei.
Yoko:
O sonho é o nosso rei
É o nosso grande acalanto
Você sonha em ser livre
Eu já sonho com o canto
O canto da paz fraterna
Para mascarar o pranto.
Maria:
Na realidade eu me espanto
E o meu sonho de desfaz;
Não acredito em mais nada
Tenho esperança fugaz
E o seu John Lennon querido
Nunca foi um bom rapaz.
Yoko:
Você nunca terá paz
Com amargura tamanha.
Mesmo você bem trajada
E com toda essa artimanha
Nesse modelo esquisito
Até parece uma estranha.
Maria:
A minha grande façanha
No sertão ou na cidade
É trabalhar bem o couro
Com enorme variedade
Bordar, cozer e cerzir
Dá-me enorme vaidade.
Yoko:
Com toda cumplicidade
Quero aqui me permitir
Dizer que o John Lennon tinha
Nobre gosto no vestir
E sendo ele bem vaidoso
Sempre soube construir.
Maria:
Eu venho aqui garantir
Que o Virgulino disputa:
Em moda, ele é mais esperto
Que qualquer filho da puta,
Desculpe o atrevimento
Mas você não me recruta.
Yoko:
Você não sabe a labuta
De vestir-se bem decente
O Lennon, em várias lojas,
Só compra roupa atraente
Diferenciando o ídolo
Do normal de muita gente.
Maria:
O ídolo é quem faz a mente,
Muda o costume do novo,
Porém, Lampião é mito
E o mito quem faz é o povo
Sua roupa não é comprada,
É autêntica como um ovo.
Yoko:
Repita você, de novo,
Que Lampião é o melhor!
Na criação e no canto
O Lennon é muito maior
Na busca da liberdade
A guerra ficou menor.
Maria:
No quanto pior, melhor,
O cangaço teve astral
Na escopeta, na bala,
Nós fizemos tudo igual
Na busca da liberdade
A guerra foi natural.
Yoko:
O Lampião fez por mal
Tantas coisas no sertão:
Capando homens de bem
Roubando feito ladrão
Foi pior que Satanás,
Isso eu não entendo, não!
Maria:
Homem de bom coração
No bom Deus ele acredita
O Lampião tinha a fé
O Lennon tinha a catita
No chão, foi tão conhecido
Quanto Jesus, ele cita.
Yoko:
A sua filha Expedita
Sabe que não foi assim.
Quando falou em Jesus
Não foi querendo ser ruim
Só quis demonstrar prestígio,
Ele confessou a mim.
Maria:
Você foi o estopim
Do sonho que acabou
Manipulou o John Lennon
O seu fã-clube frustrou
Desfez a Beatlemania
Sua mão pequena abalou.
Yoko:
A mão pequena afastou-me
Do sonho bom do meu pai
De tornar-me pianista,
A lembrança não me sai.
Daí, passei a cantar
Pois o sucesso me atrai.
Maria
Tua mão pequena não vai
Dedilhar num recital
Bem diferente de mim
Que tem um par bastante igual
E que com habilidade
Manuseio o meu punhal.
Yoko
Cabeçuda sem astral
Você só ver violência
Lennon elevou a cabeça
Pela sua inteligência
E pregou a paz no mundo
Com bastante paciência.
Maria
Não venha com eloqüência
Desmerecer o cangaço
Tivemos um ideal
Preenchemos nosso espaço
Também tivemos cabeças
Não víamos um embaraço.
Yoko
No sufoco do mormaço
Da caatinga abandonada
Vi o teu herói nordestino
Ter a cabeça elevada
Não por ter inteligência
Mas por tê-la decepada.
Maria
Fico decepcionada
Pela maneira brutal
Que você retrata o mito
Como de fosse um animal
Porém demonstro a você
Um Lampião imortal.
Yoko:
Eu sou internacional
E devo admitir:
Que o cangaço teve história
Fez o oprimido sair
Clamando por liberdade,
Só desejando ir e vir.
Maria:
Crendo muito no porvir
Sou também universal
Os Beatles fizeram história
Lennon tornou-se imortal
Clamando por liberdade
Pregou o amor fraternal.
Yoko e Maria:
No tablado da vida vai crescer
A esperança do povo em tom de crença
Desistindo, porém, da desavença
Que nutria o cangaço pra valer.
John Lennon lutou pra fortalecer
O seu franco ideal de liberdade.
Lampião trabalhou com crueldade
Pra justiça social crescer valente
Matou cabo, soldado e muita gente
Nessa luta cruel por igualdade.
OU "A DESANVENTURA DE JOHN LENNON E LAMPIÃO"
Autor: Sávio Pinheiro, médico e cordelista natural de Várzea Alegre-CE, que, segundo notícia do Jornal A Praça, de Iguatu, de 25.08.2007, "vem usando a literatura de Cordel para divulgar seus projetos na área de Saúde da Família e por conta disso já ganhou vários prêmios nesta área em todo o Brasil". Quem enviou o material foi meu amigo e colaborador Ricardo Piau, varzealegranse dos bons, morando no Juazeiro do Norte do meu Padim Ciço.
No mundo, ao qual habitamos,
As injustiças imperam
As guerras se multiplicam
As vidas se desoneram
E sem justiça social
Os povos se desesperam.
No século, que se passou
Houve muita tirania,
Assisti guerras horrendas,
Multidões em agonia,
Porém, a paz almejada
Não saiu da fantasia.
O tempo assim vai passando...
A esperança também!
A insegurança aumentando
Não tem pena de ninguém
E a tão sonhada igualdade
Voa alto... Muito além!
Nesse cenário esquisito
Observo sempre, atento,
O pensamento reinante
Do povo em movimento
E um caso interessante
Narro aqui, nesse momento.
Certo dia de domingo,
Num plantão no hospital,
Atendi a um paciente,
Que em sua casa passou mal,
Tendo um quadro de delírio
Quase sobrenatural.
Narrativa de valor
Chamou a todos à atenção:
Um homem muito educado
De bem traçada feição
Após grande bebedeira
Pôs a mente em confusão.
Um episódio delirante
Após parar de beber
Fez-lhe bastante agitado
Sem vontade de viver
Porém, ao ser medicado
Filosofou com prazer:
- Eu sempre fui defensor
Da justiça social
E eterno incentivador
Da concórdia universal,
Daí, nutrir grande crença
De ver a paz mundial.
Enquanto o homem sonhava
O seu olhar foi pro teto
Vislumbrou grandes besouros
Sob a laje de concreto
E delirando, de fato,
Foi falando bem direto:
- Silêncio! Peço silêncio!
Pois assisto a uma visão:
Vejo uma mulher brigando
Xingando uma outra, então,
É a esposa de John Lennon
Com a mulher de Lampião.
Yoko:
Quem você pensa que é
Cangaceirinha atrevida
Pra falar mal do meu Lennon,
Que defendeu sempre a vida,
Você tem é muita inveja
Por ser tão desprotegida.
Maria:
Não me sinto garantida
Nesse mundo injustiçado,
Onde o rico oprime o pobre
Com plano já bem traçado;
Pois se o Lennon quis a paz
Não chegou no meu roçado.
Yoko:
Um planeta abençoado
Foi o que Lennon mais pediu.
Criticando sempre as guerras,
Da violência, fugiu,
Não concretizando o sonho
Do nosso mundo partiu.
Maria:
Sei o quanto ele insistiu
Nessa determinação
E que utilizou o rock
Com bastante precisão
Porém, foi assassinado
Como foi o meu Lampião.
Yoko:
Neste ponto, tens razão,
Ó criatura rural!
Pois a dupla sucumbiu
Na busca de um ideal:
O Lennon buscando o bem
E o teu Lampião, o mal.
Maria:
Se ele usou o seu punhal
Na labuta do cangaço
Foi para fazer justiça
Com fé e sem embaraço
Numa afronta aos coronéis
Que mandavam no pedaço.
Yoko:
Virgem fica sem espaço
Nas andanças do teu bando
Pois o grupo em algazarra
Pela mata ia estuprando
As donzelas mais bonitas:
Era assim, de quando em quando.
Maria:
Já que queres me lembrar
De pendenga sexual
No bando de Liverpool
Tinha um rapaz genial
Que traçava gente moça
Mesmo intelectual.
Yoko:
Não compare o bem com o mal
Catitinha do sertão
O John Lennon tinha estampa
Era um tipo bonitão
Tinha os seus cabelos longos
E artefato na visão.
Maria:
Parece é com Lampião
A sua descrição veemente
Pois Virgulino ostentava
Sua fama de valente
Com uns óculos redondinhos
E cabeleira decente.
Yoko:
Tu tens fama de valente
E és bastante atrevida
Em comparar o teu marido,
Semelhança merecida,
Porém, a mente, do meu
Tem pureza garantida.
Maria:
Não se faça de vencida
Japonesa alvoroçada.
Tu mandas no teu marido
E ele só tem fachada;
Os ingleses que o digam
Sua cobra disfarçada.
Yoko:
A nossa rainha amada
Deu-lhe um título de valor
Membro do Império Britânico
Foi cedido a primor
Devido a sua importância
O chamaram de senhor.
Maria:
Ele viveu o esplendor
Na certa, bem merecido;
Todavia, Lampião
Não ficaria esquecido;
O título de Capitão,
Deu-lhe as tropas, do partido.
Yoko:
O governo ressentido
Com o Carlos Prestes em ação
Cedeu-lhe a nobre patente,
Mas não deu de coração,
E jogo de interesse
Para mim não vale, não!
Maria:
O jogo da sedução
Habita todo Poder.
A rainha Elisabeth
Também quis enaltecer
Os interesses do Reino
E a todos favorecer.
Yoko:
A mídia lhe dá prazer,
Vejo bem em seu olhar,
Pois falas com emoção
Ao, este tema, abordar
A política te fascina
Você não pode negar.
Maria:
Insisto em acreditar
Que um dia vencerei,
Pois com a vida cangaceira
Jamais edificarei;
Porém, temo que este sonho
Eu jamais construirei.
Yoko:
O sonho é o nosso rei
É o nosso grande acalanto
Você sonha em ser livre
Eu já sonho com o canto
O canto da paz fraterna
Para mascarar o pranto.
Maria:
Na realidade eu me espanto
E o meu sonho de desfaz;
Não acredito em mais nada
Tenho esperança fugaz
E o seu John Lennon querido
Nunca foi um bom rapaz.
Yoko:
Você nunca terá paz
Com amargura tamanha.
Mesmo você bem trajada
E com toda essa artimanha
Nesse modelo esquisito
Até parece uma estranha.
Maria:
A minha grande façanha
No sertão ou na cidade
É trabalhar bem o couro
Com enorme variedade
Bordar, cozer e cerzir
Dá-me enorme vaidade.
Yoko:
Com toda cumplicidade
Quero aqui me permitir
Dizer que o John Lennon tinha
Nobre gosto no vestir
E sendo ele bem vaidoso
Sempre soube construir.
Maria:
Eu venho aqui garantir
Que o Virgulino disputa:
Em moda, ele é mais esperto
Que qualquer filho da puta,
Desculpe o atrevimento
Mas você não me recruta.
Yoko:
Você não sabe a labuta
De vestir-se bem decente
O Lennon, em várias lojas,
Só compra roupa atraente
Diferenciando o ídolo
Do normal de muita gente.
Maria:
O ídolo é quem faz a mente,
Muda o costume do novo,
Porém, Lampião é mito
E o mito quem faz é o povo
Sua roupa não é comprada,
É autêntica como um ovo.
Yoko:
Repita você, de novo,
Que Lampião é o melhor!
Na criação e no canto
O Lennon é muito maior
Na busca da liberdade
A guerra ficou menor.
Maria:
No quanto pior, melhor,
O cangaço teve astral
Na escopeta, na bala,
Nós fizemos tudo igual
Na busca da liberdade
A guerra foi natural.
Yoko:
O Lampião fez por mal
Tantas coisas no sertão:
Capando homens de bem
Roubando feito ladrão
Foi pior que Satanás,
Isso eu não entendo, não!
Maria:
Homem de bom coração
No bom Deus ele acredita
O Lampião tinha a fé
O Lennon tinha a catita
No chão, foi tão conhecido
Quanto Jesus, ele cita.
Yoko:
A sua filha Expedita
Sabe que não foi assim.
Quando falou em Jesus
Não foi querendo ser ruim
Só quis demonstrar prestígio,
Ele confessou a mim.
Maria:
Você foi o estopim
Do sonho que acabou
Manipulou o John Lennon
O seu fã-clube frustrou
Desfez a Beatlemania
Sua mão pequena abalou.
Yoko:
A mão pequena afastou-me
Do sonho bom do meu pai
De tornar-me pianista,
A lembrança não me sai.
Daí, passei a cantar
Pois o sucesso me atrai.
Maria
Tua mão pequena não vai
Dedilhar num recital
Bem diferente de mim
Que tem um par bastante igual
E que com habilidade
Manuseio o meu punhal.
Yoko
Cabeçuda sem astral
Você só ver violência
Lennon elevou a cabeça
Pela sua inteligência
E pregou a paz no mundo
Com bastante paciência.
Maria
Não venha com eloqüência
Desmerecer o cangaço
Tivemos um ideal
Preenchemos nosso espaço
Também tivemos cabeças
Não víamos um embaraço.
Yoko
No sufoco do mormaço
Da caatinga abandonada
Vi o teu herói nordestino
Ter a cabeça elevada
Não por ter inteligência
Mas por tê-la decepada.
Maria
Fico decepcionada
Pela maneira brutal
Que você retrata o mito
Como de fosse um animal
Porém demonstro a você
Um Lampião imortal.
Yoko:
Eu sou internacional
E devo admitir:
Que o cangaço teve história
Fez o oprimido sair
Clamando por liberdade,
Só desejando ir e vir.
Maria:
Crendo muito no porvir
Sou também universal
Os Beatles fizeram história
Lennon tornou-se imortal
Clamando por liberdade
Pregou o amor fraternal.
Yoko e Maria:
No tablado da vida vai crescer
A esperança do povo em tom de crença
Desistindo, porém, da desavença
Que nutria o cangaço pra valer.
John Lennon lutou pra fortalecer
O seu franco ideal de liberdade.
Lampião trabalhou com crueldade
Pra justiça social crescer valente
Matou cabo, soldado e muita gente
Nessa luta cruel por igualdade.
É realmente difícil
ResponderExcluirFalar desse jeito assim
de duas pessoas
que fizeram estopim
um dentro do cangaço
outro fora do camarim.