Voltando de viagem de férias no domingo passado (25.03.2012), encontrei em minha correspondência um pacote que muito me alegrou. Eram exemplares do jornal "Ceará em Brasília", cuja edição de fevereiro de 2012 contém matéria de página inteira sobre minhas atividades como juiz federal e cordelista. O material me foi remetido pelo Diretor de Comunicação Social da Casa do Ceará em Brasília, J. B. Serra e Gurgel, a quem ainda não conheço pessoalmente, mas pretendo conhecer na próxima vez que for à Capital Federal.Quem quiser conferir a matéria, pode baixar o jornal no site da Casa do Ceará em Brasília (www.casadoceara.org.br).
Parece que os ventos estavam favoráveis, porque no dia seguinte (ontem, 26), Flávio Novaes, editor-executivo da Poderes em Revista, me passou a informação de que a edição de março da revista estava pronta e contendo matéria de oito páginas sobre meu ofício de escritor, em paralelo à minha função de magistrado. E que trabalho o do Flávio Novaes! Fiquei emocionado a ler a reportagem.
Agradeço a todos os que ajudam a divulgar a Literatura de Cordel, e envio um abraço especial a Fernando Gurel e J. B. Serra e Gurgel, da Casa do Ceará em Brasília, e a Hélio Santana e Flávio Novaes, da Poderes em Revista. Segue trecho da matéria sobre A Vida Além do Direito:
Foto: Chico Javali
CORDELISTA ENCANTADO
Flávio Novaes
O estalo pode acontecer a qualquer momento, basta surgir uma boa história. E que seja ali mesmo, na mesa de audiência: pelo inusitado do pedido, do contraditório inconsequente ou, ainda, da postura folclórica do réu.
Não parece fácil transformar episódios do cotidiano em textos criativos, com pitadas de elementos do mundo jurídico. Mas o juiz federal Marcos Mairton tira isso de letra. Da comarca de Quixadá, no interior cearense, produz relatos divertidos da experiência forense por meio de contos narrados em verso, os cordéis. Uma paixão.
Arte especial, inconfundível. “Uma das diferenças entre o cordelista e o repentista é que enquanto o repentista faz os versos na hora, de repente, conforme o tema do qual é incumbido pela platéia ou pelo patrocinador, o cordelista faz os seus versos em prazo maior, reservadamente, e depois os apresenta. Daí ser chamado também de poeta de gabinete”, explica Mairton, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará.
Os prazos são implacáveis, sabem aqueles que vestem togas. E os cordelistas, assim como os zelosos operadores do Direito, não querem cair em mora. “Os bons cordelistas costumam ser rápidos e, embora não façam de imediato, conseguem escrever em versos na mesma velocidade que escreveriam as mesmas coisas em prosa”, diz.
É como um desafio a ser superado. Mas para alcançar tal nível de rapidez nas respostas, leva tempo. Hoje, aos 45 anos, o juiz relembra dos tempos de criança, quando participava, em Pirambu, bairro de Fortaleza, do ritual de malhação do Judas no Sábado de Aleluia. O pequeno Mairton, desde os oito anos, também fazia os seus testamentos para o mais famoso dos traidores, com as pequenas rimas tradicionais, para a alegria da família. “A lembrança mais antiga que tenho. Depois fiquei um bom período sem fazer nada parecido”, diz.
Leia a íntegra da matéria em PoderesemRevista.com.br, ou melhor, faça gratuitamente o download da revista, que está muito bonita.
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