terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cordel de Marcos Mairton


Já comentei em outra ocasião, aqui mesmo, neste Mundo Cordel, que, em novembro de 2010, participei de uma oficina com uns vinte cordelistas de todo o Brasil, em Barbalha-Ce, organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, entidade ligada à Organização das Nações Unidas, com o objetivo de transpor para a linguagem da Literatura de Cordel pontos essenciais do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2009/2010.

Também comentei que nessa ocasião criei "CORDEL DO ZÉ PENUDO", que conta a história de um menino que tinha vontade de melhorar o Brasil, e levou esse sonho o mais longe que pôde.

O que eu não cheguei a dizer foi que o Relatório do PNUD foi publicado, nele incluído o cordel do Zé Penudo. E não comentei porque não sabia que o Relatório, além de publicado, estava disponível na Internet, em arquivo PDF.

Até que, outro dia, pesquisando na Rede, achei o Cordel do Zé Penudo no blog de Psicologia do Taleyrand Silva, em um post de 31.07.2013.

Fui ao site do PNUD e lá estava o Relatório, com o cordel na página 84!

Gostei. É bom ver que o trabalho que fizemos foi aproveitado e hoje está à disposição do mundo.

Só me resta agradecer ao Taleyrand Silva e compartilhar com os visitantes deste blog o Cordel do Zé Penudo e o Relatório do PNUD.



ZÉ PENUDO E O 
DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL
Marcos Mairton

Era uma vez um menino
Que tinha pena de tudo
Do pobre, por não ter nada,
E do rico, por ter tudo.
Por ser tão penalizado
Logo foi apelidado
Com o nome “Zé Penudo”.

Penudo se preocupava
Vendo que o povo sofria,
Sem poder dormir de noite,
Sem querer sair de dia,
E vendo na sociedade
Faltar solidariedade,
Tolerância e alegria.

Zé Penudo então cresceu,
Estudou, fez faculdade,
Depois arranjou emprego
Em uma grande entidade,
Onde lhe deram a missão
De estudar uma nação
E sua sociedade.

Foi na ONU o emprego
Que Penudo conseguiu
E, ao saber de sua missão,
Ficou feliz e sorriu.
Disseram que ele estudasse,
Entendesse e explicasse
Os problemas do Brasil.

Mas falar só de problemas
Não iria lhe agradar,
Penudo, então, resolveu
Às pessoas perguntar:
“De tudo o que você viu,
O que mudar no Brasil
Para a vida melhorar?”.

Assim, quando alguém falasse
Das suas preocupações,
Apontaria os problemas,
E daria condições
De, na mesma ocasião,
Fazer uma previsão
Das possíveis soluções.

Pensando dessa maneira,
Penudo pegou a estrada.
De cidade em cidade
A pergunta era levada.
E as respostas que eram dadas
Eram todas anotadas,
Foi assim sua jornada.

Zé Penudo percorreu
Todo o solo brasileiro
Dos pampas à Amazônia
De Belém a Juazeiro.
Com o relatório pronto
O Brasil, de ponto a ponto,
Fora visto por inteiro.

Mas não foi só viajando
Que Penudo trabalhou,
Através da Internet
Ele também perguntou
E, assim, quinhentas mil
Pessoas, pelo Brasil
Zé Penudo entrevistou.

Foram muitas as respostas,
Que Zé Penudo ouviu,
Para essa mesma pergunta
Que ele sempre repetiu:
“Para a vida melhorar,
Você pode me apontar
O que mudar no Brasil?”

Estudando as respostas
Mostrou-se uma evidência,
Duas coisas no Brasil
Tiram nossa paciência:
Em toda a nossa nação,
Tá faltando educação,
Tá sobrando violência.

Outra coisa importante,
Que também foi percebida
No estudo de Penudo,
Não deve ser esquecida:
É que muitas coisas boas
Dependem só das pessoas
Pra melhorar nossa vida.

De acordo com a pesquisa,
As pessoas apontaram
Coisas muito valiosas
Que elas consideraram.
Coisas como a amizade,
Respeito e tranquilidade,
Elas sempre desejaram.

São bens que não se adquirem
Pela força do dinheiro
E nem o governo tem
Para dar ao brasileiro.
Precisam ser conquistadas
Pelas ações praticadas
Todo dia, o ano inteiro.

Governo faz uma escola,
Hospital, delegacia,
Organiza a previdência,
Intervém na economia.
Mas a família é que ensina
O menino e a menina
A saudar com um “Bom dia!”.

Não pense, então, que o Governo
Cura todas nossas dores
Pois dos fatos sociais
Nós também somos atores
E a pesquisa de Penudo
Já mostrou que, sobretudo,
Precisamos de valores.

Valores nos orientam
Ao tomarmos decisões
E nos servem como guias
Para todas as ações.
Moldam o comportamento
E nos levam ao momento
Das grandes transformações.

Valores como a esperança,
O amor, a liberdade,
O respeito pelo outro
Chamado de alteridade,
Não se compra nem se vende
Na família é que se aprende
Desde nossa tenra idade.

Foi assim que, Zé Penudo,
Concluiu, em sua pesquisa:
Desenvolver os valores
É o que o Brasil precisa.
Com valores se avança,
Pratica-se a esperança
E tudo se realiza.

Penudo ficou feliz
Com a sua conclusão
E agora está cuidando
De toda a divulgação
Das coisas que concluiu,
Contando para o Brasil
Como foi a sua missão.

Dizer que a vida melhor
Que estamos desejando,
Se alcança com atitude,
Com todo mundo ajudando,
Cada um faz sua parte,
Assim, com engenho e arte,
A vida vai melhorando.

Você, que leu essa história,
Já mostrou que tem pendor
Para de grandes mudanças
Ser um colaborador.
Por isso está convidado
A também dar o seu recado
E mostrar o seu valor.

3 comentários:

  1. Eu moro numa cidade
    que na cabeça da um nó
    é facada e tiros fortes
    chega até a nos dar dó
    e a quem estou me referindo?
    A cidade de Maceió.

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  2. Moro em Sanclerlândia goiás
    cidade pacata mais divertida
    muitos nordestinos que vive aqui
    vive até feliz da vida.



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  3. Moro em Sanclerlândia
    cidade pequena mais divertida
    onde moram muitos nordestinos
    que vive feliz da vida.

    Se quiser venha conferir
    venha aqui ver nós
    é uma cidade divertida
    cidade do Jeep Cross.

    Hô povinho bão este
    é acolhedor e grande hospedeiros
    tem um coração gigante
    e são bons companheiros.

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