O intelectual
Marcos Mairton
Discreto, sério, culto e educado,
Segue em visita a uma livraria.
Relê um conto, lê uma poesia.
“São tantos livros!” - pensa emocionado.
Até lamenta não ter dedicado
A vida inteira simplesmente a lê-los.
Mas, eis que surge um par de tornozelos,
No pé esquerdo, um trevo tatuado.
As panturrilhas e cada joelho,
Coxas que somem sob o tom vermelho
De um vestido fino e sensual.
E, sem esforço, aquela criatura
Logo desvia da literatura
Toda a atenção do intelectual.
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