quinta-feira, 28 de maio de 2009

Cordel em Brasília



I ENCONTRO NORDESTINO DE CORDEL EM BRASÍLIA

Evento debaterá ações para o setor e trará para cidade
grandes nomes do repente e do cordel

O Teatro da CAIXA recebe nos próximos dias 28 e 29 de maio, o I Encontro Nordestino de Cordel em Brasília. Organizado pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno (Acrespo), patrocinado pela CAIXA, e apoiado pelo Ministério da Cultura, o Encontro apresenta, com entrada franca, seminário, mesas-redondas, lançamento de livro, exposições de publicações em cordel e shows. São esperadas para a abertura oficial, no dia 28, as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Ministro da Cultura, Juca Ferreira e da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho.

O I Encontro Nordestino de Cordel em Brasília tem por objetivo valorizar, difundir e fortalecer as manifestações culturais do Nordeste a partir da linguagem do Repente e da Literatura de Cordel. Para isso, foi montada uma completa programação que engloba desde o debate e a proposição de ações estruturantes para o setor, até lançamento de livro, exposições de Cordéis e shows com cordelistas, repentistas e cantadores. À exceção da abertura oficial, restrita para convidados, os outros eventos são abertos ao público.

A atividade âncora do Encontro é a realização, no dia 29, do Seminário “Políticas Públicas para o Cordel”, que reunirá artistas, editores, professores, pesquisadores, gestores públicos, políticos, empresários, dirigentes de entidades do terceiro setor, entre outros interessados nos temas. O Seminário discutirá, em duas mesas-redondas, duas importantes ações para o setor: A proposta de criação da Cooperativa Nacional de Cordel em âmbito nacional como instância de integração, mobilização e proposição de ações comuns entre os diversos atores e iniciativas existentes no País ligados ao Cordel e suas linguagens afins; e, A mobilização em torno do pedido de registro, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Repente e da Literatura de Cordel como patrimônios imateriais brasileiros.

Na parte artística, a Acrespo, organizadora do Encontro, celebra a relevância da ocasião apresentando ao público diversas manifestações que dialogam com o cordel. O Encontro abre espaço para o lançamento em Brasília, do livro “Lula na Literatura de Cordel”, do escritor Crispiniano Neto (RN) e para a exposição no foyer do Teatro de folhetos, CDs e outras publicações de editoras especializadas em literatura de Cordel. Por fim, o I Encontro Nordestino de Cordel em Brasília encerra com uma homenagem especial ao consagrado poeta popular do Nordeste brasileiro, Patativa do Assaré, no ano em que se comemora o seu centenário de nascimento.

PROGRAMAÇÃO

28/05 (quinta-feira)- Abertura oficial para convidados

18h- Recepção de Convidados – área externa da CAIXA Cultural
• com a Orquestra Marafreboi (Ceilândia/DF).

19h- Abertura Oficial – Teatro da Caixa Cultural
Mestre de Cerimônia: Chico Simões (Mamulengueiro).
• Execução do Hino Nacional em Frevo pela Orquestra Marafreboi e pelos alunos de música do Ponto de Cultura Menino de Ceilândia (Brasília).
• Apresentação dos repentistas Chico de Assis (DF) e Antônio Lisboa (PE).
• Fala do Presidente da Academia Brasileira de Cordel, Gonçalo Ferreira.
• Apresentação dos Repentistas Ivanildo Vila Nova (PE) e José Luis (RN).
• Fala em verso de Crispiniano Neto (Repentista/Secretário de Cultura do Estado do RN).

21h- Coquetel de lançamento do livro “Lula na Literatura de Cordel” – foyer do Teatro da CAIXA e abertura da exposição de livros e publicações de cordel.

29/05 (sexta-feira)
Seminário “Políticas Públicas para o Cordel”

9h – Abertura - fala de representantes institucionais: Francisco de Assis (Presidente da Acrespo) e Fabiano dos Santos (Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura).

9h30 - Mesa-Redonda: “Criação da Cooperativa Nacional de Cordel – desafios e perspectivas”.
Mesa: Crispiniano Neto, cordelista e Secretário de Cultura do Rio Grande do Norte; Francisco de Assis, repentista e Presidente da Acrespo; e Tarciana Portella, chefe da Representação Nordeste do Ministério da Cultura.
Mediador: Gonçalo Pereira (Presidente da Academia Brasileira de Cordel).

10h30h - Debate com o público participante.

12h00 - Encaminhamentos sobre a proposta de criação da Cooperativa de Cordel (Crispiniano Neto, Francisco de Assis)

12h15 – Encerramento com apresentação dos Emboladores de Coco Roque (PE) e Teresinha (RN).

12h30 - Intervalo para almoço.

14h – Mesa-Redonda: “A importância da Literatura de cordel e do repente como Patrimônio Imaterial”.
Mesa: Luiz Fernando Amaral, Presidente do Iphan; e os repentistas Antonio Lisboa (PE) e João Bosco Bomfim (CE).
Mediador: Crispiniano Neto (Natal-RN).

16h00 - Debate com o público participante.

17h30 – Encerramento.

TRIBUTO A PATATIVA DO ASSARÉ
Homenagem aos 100 anos de nascimento do poeta Patativa de Assaré

19h30- apresentação de Cordelistas e Repentistas:
Paulo de Tarso (CE)
Ivanildo Vila Nova (PE) e José Luiz (RN)
Moreira de Acopiara (SP)
Antonio Lisboa (PE) e Ismael Pereira (CE)
Zé do Cerrado (PB) e Zé Maria de Fortaleza (CE)
Antonio Francisco (RN)
João Santana (DF) e Valdenor de Almeida (PB)
Arievaldo Viana (CE)
Marcus Lucenna (RJ)

Serviço
I Encontro Nordestino de Cordel em Brasília
Data: dias 28 e 29 de maio de 2009
Horário: ver programação
Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Recepção: 3206-9448 - Administração: 3206-9450
Maiores Informações: Produção do Evento

Seminário “Políticas Públicas para o Cordel”
Data: 29 de maio de 2009
Horário: das 9h às 17h30 (ver programação)
Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Inscrição gratuita: pelo telefone (61) 3522- 5202 ou pelo e-mail encontrodecordel@gmail.com

“Tributo a Patativa do Assaré”
Data: 29 de maio de 2009
Horário: 19h30 (ver programação)
Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Entrada franca
Classificação Etária: Livre

Assessoria de Imprensa do evento
Amanda Guerra e Luis Flávio Luz
(61) 8484- 3390/ (61) 7815- 5472/ (21) 7868- 6006
ID 97*1912 ID 97*1913

Assessoria de Imprensa
Caixa Econômica Federal
CAIXA Cultural - Brasília/DF
(61) 3206-8030 / 9895
(61) 9202-2144
imprensa.cultura@caixa.gov.br
www.caixa.gov.br/caixacultural

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Poesia de Anizão

Na falta de foto de Anizão, fui buscar essa de Campina Grande-PB
em www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=618601

O poeta Anizão sempre vem ao Mundo Cordel e posta comentários em versos. Mas esses versos não podem ficar só no espaço destinado aos comentários. Trago-os para o corpo de uma postagem, para que mais pessoas tenham acesso ao trabalho de Anizão. Quem quiser ver mais trabalhos do poeta, é só visitar o seu perfil no site Recanto das Letras.


A NATUREZA E O HOMEM

"A verdade que ninguém quer ver"


Natureza é o nome
Em geral mais conhecido
Mas pra nova geração
Já foi substituído
Chama-se meio ambiente
Todos já estão ciente
Desse fato ocorrido

Toda esta evolução
Que vem no mundo ocorrendo
Para o homem é natural
Nada demais está havendo
Veja quanta malvadeza
Eles não sabem a grandeza
Do mal que estão fazendo

Os mares estão poluídos
Rios cheios de venenos
O homem contaminando
Eles mesmos estão morrendo
Estar dentro do perigo
Sofrendo este castigo
Mas não estão percebendo

Inventou o automóvel
Toda nação aprovou
Mas o pior não pensou
Muitos milhões já matou
Com tanta inteligência
Só não descobre a ciência
Pra gerar paz e amor

Nossas matas estão sumindo
As florestas dizimadas
Nossos índios primitivos
São enganados por nada
Eles já foram os donos
Hoje estão no abandono
Nas tribos abandonadas

Os pássaros cantavam alegres
Hoje cantam de tristeza
O pomar não é lugar
Com frutas da natureza
Os mangues estão poluídos
Só tem um cheiro fedido
O ar não tem mais pureza

O aroma das campinas
Tinha um suave odor
As ramagens balançavam
Nos galhos cheios de flor
Hoje só tem os gravetos
Tudo virou esqueletos
Só resta tristeza e dor

As moças de antigamente
Os seios eram uns cones
Por obra da natureza
Sem precisar silicone
Hoje são todos caídos
As mamas não tem sentido
Parece até que deu pane

Às mulheres do passado
Tinham saúde e beleza
Pariam um monte de filhos
Mesmo sendo na pobreza
Tinham pernas torneadas
Não tinham veias quebradas
Bonitas por natureza

Nossa fauna era tranqüila
No seu habitar normal
Tinham espaço garantido
Toda espécie de animal
Mais o homem sem escrúpulo
Só quer vantagem e ter lucro
Destruiu causando mal

Doença nos animais
Por nome de zoonose
Só lá no mato existia
Sem perigo para nós
Hoje tem febre amarela
A Dengue dar na canela
Que perdemos até a voz

Na extração do minério
Grandes crateras é formada
A terra é mesmo um vulcão
Toda ela é transformada
No fabrico do carvão
Ferro para as construções
Toda terra é dizimada

A natureza faz coisa
Que nos faz admirar
São coisas bem pequeninas
Mas não sabemos explicar
É a barata Ter brilho
A galinha comer milho
Beber água e não mijar

O mar tem um movimento
Que vai pra lá, e pra car.
Isto é o tempo todo
Não tem hora pra parar
É o movimento da terra
Nunca para nem emperra
Mesmo sem lubrificar

O gato é um animal
Que nunca se ensinou
Fazer as necessidade
Porque nunca precisou
Mas ele quando apertado
Sai de casa vai cagar
Depois enterra o cocô

Na terra o homem ainda
É o maior predador
Destrói matas e campinas
É mesmo um destruidor
Sabendo que os animais
Sofre com o que ele faz
Mas ele não tem pudor

Se o homem entendesse
A língua dos animais
Tomaria uma lição
Não esquecia jamais
Aprenderiam a viver
Saudáveis com mais prazer
E só procurava a paz

O homem colhe da terra
Alimento em abundância
Mas do mesmo solo tira
Toda sua substância
Acaba a fertilidade
Veja só quanta maldade
Que tamanha ignorância

Segundo a bíblia sagrada
Deus quando o mundo criou
Fez o homem e a mulher
No paraíso botou
Pra viver só de beleza
No pomar da natureza
Mais Adão não suportou

Adão sozinho vivia
Sem nada para fazer
Eva nova e bonitona
Mas não sentia prazer
Os jovens obediente
Tentado pela serpente
Foram na maçã mexer

Aprenderam a brincadeira
Jamais pensaram em parar
Formaram uma geração
Para na terra habitar
Expulso do paraíso
Veja só o prejuízo
Que na terra foi causar

Deste primeiro casal
Formou-se uma geração
Povoou a terra toda
Formando toda nação
A vida era saudável
O problema hoje é grave
Com tanta poluição

O homem vive na terra
Causando destruição
Poluem o meio ambiente
Guerra virou diversão
A terra estar destruída
Não se dar valor a vida
Nem as crianças tem pão

Água o líquido precioso
Ta suja e contaminada
Nossa reserva na terra
É pouca não dar pra nada
Acabou-se a água boa
Parece que as pessoas
Vai beber água salgada

A luta neste planeta
É pela sobrevivência
O homem invade o espaço
Não usa a inteligência
O nosso ecossistema
Passou a ser um dilema
Por falta de competência

A terra estar ferida
Cheia de escavação
Na extração do minério
Formam cratera no chão
Não estando satisfeito
Dos rios aterram os leitos
Sem nenhuma precaução

Nossas fruteiras botavam
Seus frutos bem saborosos
Hoje estão contaminados
Com veneno e desgostosos
A onda agora é trnsgênico (a)
É mesmo um caso polêmico
Talvez até perigosos

O homem mexe com tudo
Até na reprodução
Já se fala em cronar gente
Mesmo sem ter relação
Existe animais cronados
Isto é fato consumado
Vamos ver a reação

Ó terra mãe gloriosa
És parte desta grandeza
Onde passamos a vida
Admirando a beleza
As vezes te ofendendo
Quando não reconhecemos
A tua grande nobreza

A beleza de seus mares
Eram cheios de pureza
Faz com que valorizamos
A nossa mãe natureza
Sendo ferida aos poucos
Perdoa aos homens loucos
Ó que imensa grandeza

Teus filhos são imaturos
Aqui fica o meu recado
Cuidado que no futuro
Todos serão castigados
O homem bagunça a terra
Mas nela mesmo se enterra
Para pagar seus pecados

Das crianças eu ouço o choro
Da terra ouço o gemido
Das bombas que estão soltando
Pêlos Estados Unidos
Testando a máquina de guerra
Querendo mandar na terra
Trazendo só prejuízo

Esses versos aqui retrata
A devastação da terra
Feita pela humanidade
Um mal que nunca se encerra
Já passou a ser cultura
Para as gerações futuras
Estudar como matéria

Essa cultura do homem
Não dar a terra valor
Mexe com todo vivente
Não importa onde for
Mexe no ecossistema
Que já virou até tema
E dúvida do criador

Tudo que foi relatado
Um dia será revisto
Por pessoas conscientes
Iluminadas por Cristo
Que tenha um coração
Que ame a preservação
Porque o fim é previsto

Calado eu fico pensando,
Jamais eu vou me conformar!
Levo comigo esta mágoa,
Calado não vou ficar!
Nem quero ser reprimido,
Pois nem tudo estar perdido,
Indo aos poucos chego lá.

Amigos, aqui retratei
Na linguagem popular
Imagens do que nós vemos
Zunindo aqui acolá
Isto é mesmo castigo
Preste atenção no que digo
Mãe Terra é pra respeitar

Sei bem que este recado
Alguém irá escutar
Nada será impossível
Talvez perto já estar
Ouvindo estes lamentos
Fará o seu julgamento
Sabe Deus o que fará

Aqui fica esta mensagem
Faça uma reflexão
Ame mais a natureza
Preserve com atenção
Não destrua quem lhe cria
Olhe mais com simpatia
Tenha mais compreensão.

Evite fazer queimadas
Não faça poluição
Colha da terra alimento
Sem fazer destruição
O planeta lhe agradece
Vai conservar as espécies
Pra futura geração.

Os terremotos começam
Os vendavais começou
Castigando esta nação
Que muito a terra explorou
É a resposta da terra
Matando mais que as guerras
Só num vento que soprou.

Se você não acredita
Se prepare seu doutor
A ciência sabe tudo
Mas a ninguém avisou
Pegou todos de sopesa
Pois é a mãe natureza
Obra do Deus criador.

Se você ler estes versos
Faça a crítica por favor
Que incentiva o poeta
Ao trabalho dar valor
É minha satisfação
Leia com muita atenção
Se esta obra aprovou

Monteiro, 25/10/2005
//Anizio
www.aniziosantos.recantodasletras.com.br

Glosas a um mote etílico

Imagem obtida em
QUER VER CACHAÇA O QUE FAZ?


No Jornal da Besta Fubana (www.luizberto.com), foi proposto pelo Cardeal João Veiga o mote a seguir:
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.
Fiz essas glosas:

Certa vez fui a um bar
Decidido a não beber.
Fui lá só pra poder ver
O povo se embriagar.
Não precisei esperar
Por muito tempo ali, não,
Para ver a confusão
Que começou lá atrás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Em uma mesa estavam
Três amigos assentados
Conversando educados
Não sei o que celebravam.
Mas vi que logo ficavam
Com outra disposição
Bebendo aquela poção
Criada por Satanás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Logo mais, aqueles três
Estavam embriagados
E falavam exaltados
Eles todos de uma vez.
Toda sua polidez
Transformou-se em agressão
Com aquela discussão
Acabou-se a nossa paz.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Não dava para entender
Por que estavam brigando
Mas lembro de um gritando:
“Não gostou? Vá se foder!”
O outro quis responder
Mas levou um pescoção.
Veio em em minha direção
Assim, caindo para trás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

O rapaz que ia caindo
Esbarrou noutro sujeito
Que estava do mesmo jeito
De cachaça se entupindo
Que não gostou e foi indo
Pro meio da confusão
Já chegou metendo a mão
Na cara do outro rapaz.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Depois disso, já havia
Oito bêbados brigando.
A polícia foi chegando
E tudo terminaria
Depois, na delegacia.
Com a sua detenção.
Recolhidos à prisão,
Ali ninguém brigou mais.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Até hoje eu não sei
O porquê daquela briga
Mas, de toda aquela intriga,
Uma coisa observei:
Eu também só não entrei
No meio da confusão
Porque na ocasião
Bebi água e nada mais.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção

Meu amigo Ivan Lira, paribano de Cuité, mas muito bem radicado em Natal, que leu minhas glosas sobre o tema da cachaça enviou comentário diretamente para mim, gerando o seguinte diálogo:

DISSE ELE:
Mairton:
Li, com atenção e deleite, os seus “velsinhos”. Da última estrofe eu pensei que sairia a razão da confusão. Como vc usou, no fim do segundo e do terceiro versos, palavras terminadas com “…riga” (briga e intriga), eu pensei que sairia como motivo do entrevero uma criatura que motiva muito furdunço e cujo nome também termina com “….riga”. Mas assim desmantelaria a rima rica…

Abraços.
Eu sou seu fã, eu sou seu admirador (como dizia Chico Lopes,aquele do “Alô, Eliane”).
IVAN LIRA DE CARVALHO


DISSE EU:
Caro amigo Ivan,
Reconheço que deixei me escapar
uma oportunidade valiosa
de incluir na minha divertida glosa
a palavra que vieste me lembrar.
É palavra que viria a calhar
porque sendo terminada em “ariga”,
além de ser boa rima para “briga”,
muita gente junta ela com cachaça.
E aí é que é grande a desgraça.
Bom conselho nessa hora não se escuta,
pois, depois me misturar cachaça e puta,
o sujeito mais direito se esbagaça!
Mairton

DISSE ELE:
kkkkkkkkkkk

terça-feira, 5 de maio de 2009

Meu Chão

Imagem obtida em digiforum.com.br/viewtopic.php?p=24340
POESIA GAUCHESCA


Depois de uns dias parado, Mundo Cordel apresenta hoje poesia popular gaúcha de autoria do visitante JOSÉ HEITOR FONSECA, de Caçapava do Sul-RS. Obrigado, Heitor, sua contribuição é sempre bem vinda.


"MEU CHÃO”
José Heitor Fonseca

Sou filho desta querência,
E entre nuvens - Céu azul;
'Ta Caçapava do Sul,
Um pago por excelência,
E a Divina Providência,
Providenciou sem abismo,
Área boa de turismo,
E as paisagens tão bonitas,
O rochedo das Guaritas,
Que serve pra montanhismo.

Tem a Pedra do Segredo,
Que Deus entregou pra nós,
Onde retumba tua voz,
E até te provoca medo.
Visite de manhã cedo,
Para ver o sol que nasce,
Será Deus beijando a face,
Desta pedra tão gigante?
Senão for, é importante;
Que a linda pedra falasse...

E com tamanha beleza,
Não existe algum poeta,
Que numa frase correta,
Descreva a mãe natureza.
E assim desculpe a pobreza
Dos versos desse gaudério,
Que sem qualquer revertério,
Faz da rima o próprio lema,
E nela procura um tema,
Que vá desvendar mistério.

E diante da natureza,
Contemplo um belo cenário,
E sem fazer comentário,
Desfruto desta riqueza;
O ruído da correnteza,
Ali próximo da mata,
É o som que vem da Cascata,
Percorrendo a ribanceira,
E o Forte - nossa trincheira,
Erguido por longa data.

Forte D. Pedro II,
Assim que foi batizado,
E o batismo confirmado,
Com sentimento profundo,
E talvez não saiba o mundo,
Que sem custar um centavo,
Foi feito por mão de escravo,
Que deram ali sua cota,
Numa época remota,
Por ser nosso povo bravo.
E para findar, parceiro,
Quero falar com afã,
Das Minas do Camaquã,
E a Fonte do Conselheiro,
Por ser um bom brasileiro,
Tenho que amar meu torrão,
E trazer no coração,
Esse sentimento nato,
Ó, velha Fonte do Mato,
Água pura do meu chão.