terça-feira, 31 de julho de 2012

Lançamento de Livro


CANGAÇO: uma ampla bibliografia comentada,
 uma publicação IMEPH,
do pesquisador Melquíades Pinto Paiva.

Dia 31 de julho de 2012, 19h, na Editora IMEPH,
Rua Carlos Vasconcelos, 1926
Fortaleza-CE

Confirmar presença pelo número
(85)3261-1002
ou imeph@imeph.com.br

domingo, 29 de julho de 2012

Trovas de Nealdo Zaidan


TROVAS
Nealdo Zaidan

Eis aqui, duas respostas
para uma morte de repente.
Vento forte, pelas costas;
- e uma sogra pela frente...

Enche-me a vida de brilhos,
e a mágoa logo se vai.
Ouvir a voz dos meus filhos
quando me chamam de pai!

Para evitar nova arenga,
e tudo que prometeram.
É melhor votar na quenga:
que os filhos nada fizeram!...

Adão saiu-se a contento,
mas Eva que barro usou?
No primeiro “pé-de-vento”:
Eva – coitada – rachou...


domingo, 22 de julho de 2012

Mote de Cícero Cavalcanti



GLOSAS EM PROFUSÃO
NO JORNAL DA BESTA FUBANA

Tem um lugar na Internet onde os talentos proliferam e a criatividade fez moradia. É tanto poeta, escritor, compositor, cantor e tantas outras modalidades de artistas que a gente até se admira.


Estou falando do Jornal da Besta Fubana, comandado pelo grande Luiz Berto Filho, também conhecido como Papa Berto I, já que acumula a função de editor do JBF com a de Papa da Igreja Católica Apostólica Sertaneja.


Esta semana o Cardeal Cícero Cavalcanti propôs o seguinte mote:


"Por essa mulher que eu amo
Eu viro o mundo do avesso"


Pra incentivar o pessoal, ele mesmo fez essa glosa, na qual se percebe uma nítida vocação limeiriana, ou seja, influenciada pelo estilo de Zé Limeira, o poeta do absurdo:


Eu bato em sete petista
Com surra de muê macho
Sete cruzado nas vista
Quatro em riba e três em baxo
Depois parto pro esculacho
E cago em sete endereço
E pra provar meu apreço
Cago, ando e esparramo
Por essa mulher que  amo
Eu viro o mundo do avesso.


Não demorou para chegarem as glosas dos outros fubânicos. Deixei junto ao nome do autor a data e hora da postagem de cada glosa, para os visitantes deste Mundo Cordel terem noção do movimento.


Lá vai!


Dom Capeta Cardeal Marco di Aurélio Diz: 
11 julho 2012 às 18:47
Eu já num bato em ninguém
cum medo de apanhar
sete cruzado eu num tem
tivesse num ia gastar
perciso mermo é de reza
é disso que mais careço
e vivo rezano um teço
pra ver se vou escapando
“por essa mulher que amo
eu viro o mundo do avesso”.


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 18:55
Queria ser um poeta
Mas poeta de verdade
Com muita capacidade
e o brilho de um esteta
Porém é difícil a meta
de poetar sem tropeço
custou-me um amargo preço
que eu pago e não reclamo
Por essa mulher que amo
Eu viro o mundo do avesso.


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 19:02
Mas de repente eu me arreto
se vejo que a coisa é braba
pelos chifre eu pego o cabra
e derrubo ele no chão
dou-lhe cinco bufetão
quebro o braço e boto o gesso
se reclamar do tropeço
chamo o viado de gamo
“por essa mulher que amo
eu viro o mundo do avesso”


Dom Capeta Cardeal Marco di Aurélio Diz: 
11 julho 2012 às 19:08
Um pueta que nem eu
que apanha da mulé
só faz o que ela quer
e por isso não morreu
um cristão virar ateu
por pagar tão alto preço
condenado não mereço
por isso na terra clamo
“Por essa mulher que amo
eu viro o mundo do avesso”.


Fred,
Meta a xibanca, doidiça também é poesia, visse?


Cardeal Huytamar Diz: 
11 julho 2012 às 19:11
Só mesmo sendo um pateta
pra na peleja querer entrar
num tenho veia de poeta
preciso mesmo me conformar
falta o talento que faz rimar
correndo o risco de tropeço
me arrisco a pagar o preço
acompanho o Capeta meu amo
e Por essa mulher que amo
Eu viro o mundo do avesso


Dom Capeta Cardeal Marco di Aurélio Diz: 
11 julho 2012 às 19:21
O Cicim tacou foi fogo
assoprando na coivara
e a lua nem é clara
ele não é demagogo
soube começar o jogo
ele é mole eu endureço
eu cum ele não pareço
ele vai e eu não chamo
“Por essa mulher que amo
eu viro o mundo do avesso”.


Huytamar,
Um dia vosmecê se encosta. Vá treinando!


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 19:25
Capeta eu meto a xibanca,
pá, enxada e estrovenga
gosto de entrar na arenga
e meter minha alavanca
de muié gosto das anca
mas nunca que eu reclamo
nuns peito vou lá e mamo
pois é coisa que eu mereço
“eu viro o mundo do avesso
por essa mulher que amo”


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 19:31
Ô Dom Marco eu já tava cum saudade
das peleja qui nóis fez pur aqui
tarde inteira naquele ti-ti-ti
que acordou meia dúzia de cidade
e que deu a maior felicidade
prum poeta que é só meia-caneta
pois da bala não sou nem espoleta
sou somente aprendiz de tanto fera
que na Besta Fubana prolifera
com a força de mais de mil Capeta!


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 19:36
Seu Ciço entre na roda
e vamo fazê fuá
tu só fez foi começá
e nu’instante entrou na “coda”
e o Capeta se incomoda
não vá entrar na retranca
porque se fechar a tranca
nossa roda vai murchar
e se a rima se acabar
eu guardo minha xibanca


Dom Capeta Cardeal Marco di Aurélio Diz: 
11 julho 2012 às 20:17
Cicim botou um retrato
meio lusco, mei velado
uma ôreia em cada lado
cabelo camim de rato
camisa – um desacato
de uma cor que eu derramo
de baitola não lhe chamo
ele é meio travesso
“Eu viro o mundo do avesso
pela mulher que eu amo”.


CARDEAL CÍCERO CAVALCANTI Diz: 
11 julho 2012 às 20:17
Eu não fujo da retranca
Nem mijo fora do caco
Papagaio e currupaco
Comigo num bota banca
Se eu subir na tamanca
De lá de riba te chamo
Mulé me bate que eu gamo
Me xinga que eu bem mereço
Por essa mulher que amo


CARDEAL CÍCERO CAVALCANTI Diz: 
11 julho 2012 às 20:32
Eu taco fogo na igreja
Por conta da minha sina
Depois chumbrego a menina
Tomano a minha cerveja
Não há um só ser que seja
Que faça o fim no começo
Por isso é que em meu tropeço
Eu quase nunca reclamo
Por essa mulher que eu amo
Eu viro o mundo do avesso


Dom Capeta Cardeal Marco di Aurélio Diz: 
11 julho 2012 às 20:57
Tacaram fogo na igreja
trocaram o sino na sina
acunharam na menina
tomaram minha cerveja
essa alma não se alveja
nem chamando Itaerço
o fim já tá no começo
e esse peixe eu não descamo
“Por essa mulher que eu amo
eu viro o mundo do avesso”.


Cardeal Itaerço Diz: 
11 julho 2012 às 21:12
Só vou glosar este mote
Porque o pedido foi feito
Com carinho e com respeito
Por um poeta de cepa
Sem rodeio, sem mutreta,
Sem gracejo, sem tropeço…
Pedido assim nao tem preço
Por isso gloso e não reclamo:
“Por essa mulher que eu amo
Eu viro o mundo do avesso”


Ciço, meu mestre, foi o que deu pra arrumar.


monsenhor procopio Diz: 
11 julho 2012 às 21:17
Pra’ cabá minha tristeza
mode eu mi sinti vivo
vorto increve no Besta
num momento não festivo
tento me enturmá dinovo
sabendo que tem um preço
essa minha istripulia
podi sê um distempero
“Por essa mulher que eu amo
eu viro o mundo do avesso”.


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
11 julho 2012 às 21:19
Por essa mulher que eu amo
eu troco a ordem do mote
porque não tem redingote
nem tem renda de mucamo
faz tempo que eu não te chamo
pra ouvir banda em retreta
mas numa festa porreta
baiano não tem tropeço
tiro a criança do berço
viro o mundo pelo avesso


Marcos Mairton Diz: 
11 julho 2012 às 22:27
O mote do Cardeal
é bonito que é danado
e o verso limeirizado
o deixou fenomenal.
Eu não vou fazer igual
mas, se limeirar mereço,
do fim eu faço um começo
e da raiz faço um ramo.
Por essa mulher que eu amo.
eu viro o mundo do avesso.


Dum martelo eu faço um prego
Duma jaca uma pitomba
Dum rabo eu faço uma tromba
Dum receber um entrego.
Se duvidar eu esfrego
minha pé no meu cabeço,
desmancho, faço aconteço,
do que for bom eu reclamo.
Por essa mulher que eu amo.
eu viro o mundo do avesso.
Eu viro o mundo do avesso


Marcos Mairton Diz: 
11 julho 2012 às 22:44
Certa vez vi uma cobra
engolindo uma bacia,
mas o pescoço fazia
muita prega e muita dobra.
Juntei o que foi de sobra,
e comi, pra ver se eu cresço.
Se for pra subir eu desço,
se for pra voltar nos vamo,
por essa mulher que eu amo
eu viro o mundo do avesso.


Madre Superiora Glória Braga Horta Diz: 
12 julho 2012 às 0:04
Eu bato em sete muié
com força de hômi gay
e só mexê com quem é
no momento o meu rei.
A rainha que eu amei,
Minha Mãe que me deu berço
e a quem a vida agradeço,
eu disse ao mundo com clamo:
Por essa mulher que amo
Eu viro o mundo do avesso.


Monsenhor Fred Monteiro Diz: 
12 julho 2012 às 10:38
A Besta é uma mulher
amada por todos nós
eu vivo perdendo a voz
de tanto dizer que é
ovelha gritando méé
cachorro brabo eu conheço
mas mordida eu não mereço
assim mesmo não reclamo
por essa mulher que amo
eu viro o mundo do avesso


Goiano Diz: 
12 julho 2012 às 17:22
Ela se foi para longe
E não deixou endereço,
Mas eu não vou virar monge,
Se preciso, rezo um terço,
Faço oferenda, me agacho
pago prenda, ponho preço.
Seus carinhos eu reclamo
Sabendo que não mereço:
Por essa mulher que amo
Eu viro o mundo do avesso

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Trovadores: divulgação


Atendendo a pedido do trovador Nealdo Zaidan, seguidor deste Mundo Cordel, esta é nossa contribuição na divulgação do

RESULTADO DO CONCURSO DE TROVAS TEMA PESCADORES
Promoção: Clube dos Trovadores Capixabas
Apoio: Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Vitória

A professora Déa Maria Barbosa Aguiar, a Escritora Kátia Maria Bobbio Lima e o Presidente do CTC, Clério José Borges de Sant Anna reunidos no dia 10 de Julho de 2012, após duas horas de debates e detalhado julgamento decidiram a seguinte Classificação final do Concurso de âmbito Nacional e Internacional, das 498 Trovas que foram recebidas no período de 21 de março a 30 de Junho, com a participação de 166 Poetas Trovadores de vários Estados Brasileiros e também de Portugal. No âmbito Nacional a Trova vencedora é de autoria do Poeta Geraldo Trombin, da Cidade de Americana, Estado de São Paulo. No âmbito do Espírito Santo o primeiro lugar ficou com a Trova do Trovador Albércio Nunes Vieira Machado, morador da Cidade Continental no Município da Serra. A entrega dos prêmios será no dia 27 de Julho de 2012, a partir de 19 horas, na abertura solene do Nono Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores a ser realizado de 27 a 29 de Julho, na Escola de Teatro, Dança e Música FAFI (Faculdade de Filosofia) em Vitória, Espírito Santo.


 
TEMA PESCADORES – ÂMBITO NACIONAL

1º Lugar
Somos todos nessa vida
Pescadores de ilusão
Dedicando a nossa lida
Aos anzóis de uma paixão
           Autor: Geraldo Trombin – Avenida Brasil, 1350 – Apt. 36 – Edf. Paraty – Vila Frezzarin, Americana, SP – 13 465 770

2º Lugar
Vivo de esperança e sonhos
Assim como os Pescadores
Que voltam do mar, tristonhos
Disfarçando os dissabores
            Autor: Ademar Macedo – Rua Iguatama, 2908, Conjunto Pirangi, Neópoles, Natal – Rio Grande do Norte – 59 088 160

3º Lugar
Quando os Pescadores poetas,
Nas águas vão se inspirar,
Jogam as redes inquietas
E puxam versos do mar
          Autor: Roberto Tchepelentyky – Rua Benedito Caim, 43 – Apt. 02 – São Paulo – SP – 04 121 070

4º Lugar
Se as moquecas saem boas,
Vão para o “chef” os louvores.
- Nunca ouvi cantarem loas
Ao labor dos Pescadores...
         Autor: Antônio Augusto de Assis – Rua Arthur Thomas, 259, Apt. 702 – Maringá – Paraná – 87 013 250
       
5º Lugar
- Pescadores, foi milagre!
E o fanfarrão se gabava:
Só a foto do meu bagre
Mais de dez quilos pesava
           Autor: Hegel Pontes – Rua Dr. Edgard Quinet, 605/202 – Glória – Juiz de Fora – Minas Gerais – 36 036 080


6º Lugar
Feito de tramas e dores,
Aprisionados na areia,
O cesto dos Pescadores
Por mais uma Pesca anseia
           Autora: Joana D’Arc da Veiga – Rua Padre Roberto Sabóia de Medeiros, 46 / 302 – Centro – Nova Friburgo, Rio de Janeiro – 28 625 080

7º Lugar
Foram pobres Pescadores
Por Jesus os escolhidos
Seus primeiros seguidores
E da “palavra” incumbidos
           Autora: Ruth Farah Nacif Lutterback – Rua Dr. Nagib J. Farah, 204 – Cantagalo – RJ – 28 500 000

8º Lugar
Poetas são pescadores
De palavras e emoção:
- Fisgam assim seus amores
Com os versos da paixão.
           Autora: Eliana Ruiz Jimenez – Rua 2950 N.º 671 – Centro – Balneário Camboriú – Santa Catarina – 88 330 348

9º Lugar
Amargurando os amores,
Sob a luz da lua cheia,
O sonho dos Pescadores
É fisgar uma sereia
           Autor: Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho – Rua Dr. Edgard Carlos Pereira, N.º 49 – Santa Tereza – Juiz de Fora – MG – 36 020 - 200

10º Lugar
Pescador inteligente
Só pesca com emoção...
São Pedro fica de frente
Quando puxa o arrastão!...
           Autor: Neiva Fernandes – Rua Eloi Ornelas, n.º 25 - A – Parque Leopoldina – Campos dos Goytacazes – Rio de Janeiro, 28.051-205


TEMA PESCADORES – ÂMBITO ESTADUAL

1º Lugar
Barcos n’água e com destreza
Pescadores levam fé
Trazendo sustento à mesa
Nesse vaivém da maré
           Autor: Albércio Nunes – Rua Yemen, n.º 10 – Quadra 3 – Setor Ásia, Cidade Continental – Serra, ES – 29 163 - 649

2º Lugar
São Pedro leva no barco
A Fé junto aos Pescadores...
E neste barco que embarco
Afogando dissabores!
           Autora: Valsema Rodrigues da Costa – Avenida Champagnat, 422 – Apt. 104 – Praia da Costa – Vila Velha – ES – 29 100 011

3º Lugar
Eu ouço no mar um cântico
Suave e às vezes bravio
Os Pescadores do Atlântico
Enfrentam esse desafio
           Autora: Maria do Rosário Silva Santos – Avenida Nicolau Von Schilgen, 200 – Apt. 1002 – Edf. Tietê – Mata da Praia – Vitória – ES – 29 065 130

4º Lugar
Iguais aos desbravadores
Dos sertões do meu Brasil
Vão, os heróis Pescadores
Enfrentar o mar hostil!
           Autor: Nealdo Zaidan – Rua Joaquim Silva Pereira, Sn – Centro – Anchieta – Espírito Santo – 29 230 000

5º Lugar
Caçadores, pescadores...
Quem inspira a nossa lira
Na mira dos Trovadores:
Contadores de mentira
           Autor: Ednes Rangel – Rua Orquídea, 91 – Jardim Asteca – Vila Velha – ES – 29 104 550



6º Lugar
Jesus que as dores acalma
Quer nos fazer Pescadores
Para pescarmos a alma
De todos os sofredores.
           Autora: Maria Immaculada Teixeira Schirmer – Rua Minas Gerais, 660 – Bloco 08 Apt. 203 – Laranjeiras II – Serra – ES – 29 166 870

7º Lugar
Pesquem, pesquem Pescadores,
Com gosto e sabedoria,
Tendo em mente os promissores
Princípios de ecologia
           Autor: Genilton Vaillant de Sá – Avenida Rio Branco, 1626 – Edf. Piaget – Apt. 102 – Praia do Canto – Vitória – ES – 29 055 642

8º Lugar
São jovens ou são senhores
Corajosos e com fé
Isso faz os Pescadores
Remarem contra a maré
           Autor: Jorge Luis de Oliveira – Rua José Francisco Macedo, 49 – Guararema – Alegre – ES – 29 500 – 000

9º Lugar
E sobre as ondas do mar
Navegando os Pescadores
Sempre rumo a encontrar
Do Divino seus valores
           Autora: Márcia Couto Zanandréa – Rua Victorino Cardoso, 151 – Apt. 304 C – Residencial Verdes Mares – Jardim Camburi – Vitória – ES 29 090 – 820

10º Lugar
Vitória dos Trovadores
De festa, cultura e fé.
É saudando os Pescadores:
Serenata em Itararé
           Autor: Edilson Celestino Ferreira – Rua José Neves Cipreste, 105 Apt. 202 – Jardim da Penha – Vitória – ES –  29 060 300
 

 
NONO CONGRESSO BRASILEIRO DE POETAS TROVADORES DE 2012
PROGRAMAÇÃO RESUMIDA – LOCAL: ESCOLA DE TEATRO, DANÇA E MÚSICA FAFI, EM VITÓRIA ES. Dias 27, 28 e 29 de Julho de 2012. PROMOÇÃO: CLUBE DOS TROVADORES CAPIXABAS CTC – APOIO: SECRETARIA DE CULTURA DA PREFEITURA DE VITÓRIA

SEXTA DIA 27
LOCAL: FAFI, CENTRO DE VITÓRIA, ES. Inscrições gratuitas e recebimento de Crachá. Evento aberto para professores, estudantes, poetas iniciantes, escritores e povo em geral. Certificado com Carga Horária de 32 horas, no final para todos que tiverem 80% de freqüência. Exposições dos Artistas Plásticos, Kátia Maria Bobbio Lima, Maria do Rosário Silva Santos e Levi Basílio. Inauguração da Tenda da Quinta Literária, organizada pelo Escritor Edilson Celestino Ferreira. Varal de Poesias e Trovas em Pipas (Papagaios). Local: Escola de Teatro Dança e Música FAFI, na Avenida Jerônimo Monteiro, 656, no Centro. 19h30m – Abertura Solene do IX CONGRESSO BRASILEIRO DE POETAS TROVADORES. Comemoração dos 32 anos do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC. Apresentação das Delegações Visitantes dos Estados Brasileiros. Palestra “A Trova como bem Imaterial de Cultura”, pelo Presidente do CTC, Clério José Borges. Homenagens a Personalidades do Estado e do Município. Entrega do TROFÉU ENO THEODORO WANKE ao Trovador do Ano, Agostinho Rodrigues, de Campos, RJ, representado pela Escritora e Trovadora, Ruth Farah Nacif Lutterback, da Cidade de Cantagalo, RJ. Entrega de Troféus, Medalhas e Certificados aos vencedores e participantes do Concurso de Trovas tema PESCADORES. Entrega dos Títulos honoríficos, COMENDA EXCELSO TROVADOR e COMENDA EXCELSA TROVADORA e das COMENDAS EXCELSO MAGNIFÍCO ESCRITOR 2012 e EXCELSA MAGNÍFICA ESCRITORA 2012. Homenagens às entidades Culturais da Grande Vitória. Homenagem a Maurício de Oliveira pelo Compositor e Cantor Alomar Cassiano Borges e pelo Músico Sebastião Braz. Show do Cantor e Compositor Teodorico Boamorte. Performance do Ator Everaldo Nascimento. Apresentação do Grupo Lítero-Musical, VOZES DA VILA, com os Artistas, Andra Valladares, Barbosa Lima, Horacio Xavier e Karla Skarine.

SÁBADO DIA 28
9h - Concentração na Escola de Teatro Dança e Música FAFI, na Avenida Jerônimo Monteiro, 656, no Centro de Vitória. Passeio pelos Pontos Turísticos de Vitória, passando pela PRAÇA DOS TROVADORES na Enseada do Suá até Ilha das Caieiras. Almoço por adesão em Restaurante típico da região, na Ilha das Caieiras, com Moqueca Capixaba, prato individual somente a R$ 20,00, para os participantes do Congresso. Início do Concurso Relâmpago de Trovas. 15,00 horas – Concentração no local do evento, Escola de Teatro Dança e Música FAFI. 16,00 horas – Sarau Poético. Exibição do Filme Revolta do Queimado de João Carlos Christo Coutinho, sobre a Revolta dos Negros Escravos ocorrida em 1849, em Queimado, que na época pertencia a Vitória. Vídeo “Como Compor (Montar) um Livro”, de Lola Prata. Vídeos de eventos culturais no Brasil. Apresentação dos Poetas Trovadores. 18h – Lançamento e re-lançamento de Livros da Lei Rubem Braga de Vitória; Lei Chico Prego da Serra; Lei Vila Velha de Cultura e Lei João Bananeira, com coordenação do Jornalista Maurilen de Paulo Cruz, o Mauri. 18h30m – Homenagens a Personalidades e Artistas, Poetas e Escritores Capixabas 19h – Sarau Poético: Momento Solano Trindade, com Suely Bispo, dentro do Projeto Viagem pela Literatura da Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim. 20h – Palestras e Informes até as 21h30m. 22h – Serenata dos Trovadores - Trovadores visitantes e Comunidade do bairro Itararé, cantando músicas de Serenata pelas ruas, com violonistas.

DOMINGO DIA 29
9h – Concentração na Escola de Teatro Dança e Música FAFI, na Avenida Jerônimo Monteiro, 656, no Centro de Vitória. Saída para o passeio de Escuna GRATUITO, para os participantes do Congresso, pela Baía de Vitória, com celebração Ecumênica (Missa) em Trovas. (Uma hora e meia de passeio, com salva vidas individual e toda segurança possível). Apresentação dos Trovadores no final da celebração. Premiação do Concurso Relâmpago de Trovas. Votação da CARTA DE VITÓRIA. 12h – Confraternização final, no Clube Álvares Cabral. Encerramento às 16 horas.

Maiores informações e Ficha de Inscrição pela INTERNET em:
www.clerioborges.com.br/congresso2012.html e no Web Site do Clube dos Trovadores Capixabas: www.trovadorescapixabas.com.br CTC - Clube dos Trovadores Capixabas Tel.: 27 - 3328 07 53 (Clério José Borges).

domingo, 15 de julho de 2012

Cordel na TV Justiça

MARCOS MAIRTON 
NO PROGRAMA ILUMINURAS

No dia 29 de junho de 2012 foi ao ar a primeira edição da nova fase do programa Iluminuras, na TV Justiça.

Com novo formato o programa apresentou um bloco com o escritor Lyra Neto, que acaba de publicar o primeiro livro de uma trilogia sobre Getúlio Vargas, e um bloco com o autor deste blog, Marcos Mairton, falando de literatura, de cordel e da influência da literatura na atividade do juiz.

Seguem os vídeos com a entrevista de Marcos Mairton e com o programa completo:



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cordel, Repente e Justiça



CORDEL, REPENTE E UMA SENTENÇA EM VERSOS
Marcos Mairton
Publicado primeiro no site "Migalhas"

Muita gente confunde a Literatura de Cordel com o Repente. Talvez isto decorra do fato de ambas serem expressões artísticas muito difundidas no Nordeste do Brasil, ou talvez seja por causa da semelhança das estruturas poéticas por elas utilizadas, como sextilhas, septilhas e décimas. Mas, às vezes penso que a confusão decorre de as diferenças e semelhanças entre Cordel e Repente estarem misturadas umas às outras, não sendo absurdo dizer que um e outro diferenciam-se naquilo que se assemelham e vice-versa. Explico.

O Cordel é uma expressão literária em versos. Tradicionalmente é impresso em folhetos, mas vem sendo bastante difundido em livros, inclusive ilustrados, e pela Internet. Já o Repente é essencialmente oral, apresentando-se nas cantorias, com os cantadores ou violeiros exibindo, além do talento para criar versos, domínio da viola e dotes vocais. Também vem sendo difundido na Internet, em vídeos e em áudio.

Isto não impede, porém, que um cantador ponha melodia nos versos de um Cordel e, em uma noite de cantoria, os apresente ao seu público, fazendo o que se chama de "cantar decorado". Mesmo não sendo cantador nem violeiro, senti o gostinho dessa experiência quando estive no programa "Ao Som da Viola", comandado por Geraldo Amâncio, na TV Diário (10.07.2011), e fechei a entrevista cantando meus versos de "As Prisões Brasileiras", que começam assim:

No jornal vi a notícia
Que não chega a ser surpresa:
"Muita gente que está presa
Não dá sossego à polícia".
Com engenho e com malícia
E com muita ousadia
Os bandidos, quem diria,
Dão golpe por telefone.
Acho que nem Al Capone
Esperava isso um dia.

Traficantes poderosos
Também dão continuidade
À sua atividade
Seus negócios criminosos.
Auxiliares ciosos
Vão cumprindo as missões
Que recebem dos chefões
Que estão dentro dos presídios
Sequestros e homicídios
São suas ocupações.

Por outro lado, também há cordéis que rememoram cantorias, gravando no papel versos que supostamente teriam sido entoados por cantadores em momentos de grande inspiração, como se vê em "A peleja de Cego Aderaldo e Zé Pretinho do Tucum", de Firmino Teixeira do Amaral.

Ou seja, o Cordel é escrito, mas costuma ser apresentado na forma oral. O Repente é oral, mas pode aparecer escrito. Eis como as diferenças entre Cordel e Repente são também seus pontos de contato.

Nessa linha de raciocínio, outra diferença-semelhança importante aparece quando se olha para o método de elaboração de um e do outro. No Repente, como o próprio nome revela, os versos são criados no momento de sua apresentação. Em festivais de cantadores, estes somente tomam conhecimento do tema a ser tratado - chamado de "mote" - quando já estão no palco, perante o público. O cordelista, ao contrário, constrói a sua obra reservadamente, escolhendo as palavras, verificando a métrica e a rima, alterando o que for necessário, até que o texto esteja completo e revisado, pronto para ser mostrado aos leitores. Daí ser chamado também de "poeta de gabinete". A par disso, quem conhece o assunto sabe que os cordelistas, embora não façam seus versos de improviso – de repente – costumam ser rápidos em suas criações.

Também sobre essa questão - da velocidade na hora de fazer os versos - guardo em minha memória de poeta-juiz experiências interessantes. Uma delas aconteceu na época em que comandei a Justiça Federal em Mossoró-RN, onde trabalhei de 2005 a 2009.

Eu havia terminado as audiências daquele dia e estava em meu gabinete, quase no final da tarde, quando meu amigo e colega juiz Federal, Nagibe de Melo Jorge Neto, telefonou-me dizendo que estava escrevendo um livro sobre a técnica na elaboração de sentenças.

- Eu gostaria de incluir entre os exemplos uma sentença em versos da sua lavra, mas a única que conheço é uma que você fez em matéria penal, e o livro é sobre sentenças cíveis – disse-me ele.

- De fato, amigo, não tenho nenhuma sentença em versos em matéria cível. Mas posso fazer uma, se você puder esperar... – respondi.

- O livro está quase pronto, mas, quando fizer a sentença, me envie. Se ainda houver tempo, eu incluo...

Pois bem. Até receber o telefonema do Nagibe, eu nem estava pensando em escrever versos naquele dia. Mas o cordelista – assim como o repentista – recebe um pedido desses como um desafio. Diz-se que a maior vergonha para um repentista é não conseguir fazer versos sobre um mote que lhe seja proposto. Acho que o cordelista não chega a tanto, mas basta um estímulo assim para despertar o seu instinto de versejar.

Desliguei o telefone, acessei o sistema do Juizado Especial Federal, abri o primeiro processo que estava pronto para julgamento, e lá estava uma das muitas ações ajuizadas por mulheres que pretendem se aposentar como trabalhadoras rurais. No caso, o INSS alegara que a autora não havia apresentado nenhum documento que servisse para provar minimamente a sua condição de agricultora. Percebi, porém, que a certidão de casamento estava nos autos, e nela constava que o marido era agricultor. Por esse tempo, o STJ já havia decidido que uma certidão assim serviria como início de prova documental da condição de agricultora da esposa.

Duas horas depois, a sentença que Nagibe havia me pedido estava pronta. Ficou mais ou menos assim:

Dona M. F. L.,
Ajuizou esta ação,
Pleiteando aposentar-se,
E, em sua argumentação,
Vem alegando a autora
Que foi sempre agricultora,
Vivendo em zona rural.
Sendo essa a sua lida
Deve ser reconhecida
Segurada especial.

O INSS
Não chegou a contestar
O pedido em juízo,
Mas eu posso constatar
Que, no administrativo,
Está escrito o motivo
Daquele indeferimento.
O motivo da ocorrência
Foi a falta de carência
Quando do requerimento.

Sendo assim, o que existe
De ponto controvertido
É apenas um aspecto
Para ser esclarecido:
É resolver se a autora
Era mesmo agricultora
Desde sua tenra idade,
Ou se não é nada disso,
E fazia seu serviço
Só em casa ou na cidade.

As testemunhas disseram
Com muita convicção
Que a autora sempre teve
Na roça a ocupação.
Ocorre que o benefício
Requer também um início
De prova documental.
Por isso, neste momento
Procuro algum documento
No processo virtual.

De tudo que examinei
Destaquei a certidão
De casamento da autora,
Onde consta a profissão.
Sem defeito nem rasura,
Consta que agricultura
É a profissão do marido,
Que à autora se estende
A Justiça assim entende,
Decide nesse sentido.

Sabendo que a certidão
Data de noventa e seis,
E desde setenta e oito
O casamento se fez,
Eu me dou por convencido
Que foi mesmo atendido
O período de carência
E ao pedido formulado,
Na inicial estampado,
Dou completa procedência.

Que se implante o benefício
Que paguem os atrasados
Que da presente sentença
Sejam todos intimados.
Mas, antes da intimação,
Faço a determinação
De que a Contadoria
Faça a liquidação
De toda a condenação
Tal como a lei já previa.