segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Convite para Evento



21 de setembro de 2012, na Casa do Ceará:
1º Encontro dos Escritores Cearenses em Brasília

Os escritores cearenses residentes em Brasília terão oportunidade de encontrar seus leitores em 21 de setembro quando a Casa do Ceará em Brasília, com o apoio da Confraria dos Cearenses, promoverá o 1º Encontro dos Escritores Cearenses, em Brasília que terá como convidado o juiz Marcos Mairton (Quixadá), poeta, cordelista e cantador e o médico Josué de Castro. O evento se realizará na sede da Casa, na 909/910 Norte, entre 18 e 22 horas.

Na oportunidade será homenageado o jornalista e escritor cearense Luciano Barreira (Quixadá), nascido em Fortaleza-CE, 18/11/1926 e falecido em 20/08/2009, em Brasília, tendo sido o fundador e por mais de 20 anos diretor do Jornal Ceará em Brasília.

A Casa do Ceará oferecerá aos participantes um coquetel com comidas e bebidas típicas, incluído no cardápio tapioquinha com carne do sol, caldos de jerimum e macaxeira, camarão empanado, vinho, uísque, cachaça do Ceará, refrigerante, água mineral, água de coco e cajuína e queijo de coalho com rapadura. 

O cantor Beto Alencar tocará e cantará MPB do Ceará e forró.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Convite para Evento



Edições Demócrito Rocha lançam catálogo 2012-2013 
com palestra da escritora Socorro Acioli
Fonte: O POVO


As Edições Demócrito Rocha (EDR) lançam, no próximo sábado, 25, às 17 horas, no Espaço O POVO de Cultura & Arte, o Catálogo 2012/2013.  A escritora Socorro Acioli, autora de vários livros infantis publicados pelas EDR, receberá os convidados com a palestra A aventura de ler em Monteiro Lobato e conversará com a plateia sobre estratégias de leitura no ambiente escolar e familiar. A escritora autografará seus livros após a palestra. Entre eles o recém lançado Aula de Leitura com Monteiro Lobato (Editora Biruta, 2012).

Títulos da EDR são adotados nacionalmente
No início deste mês, dois livros das Edições Demócrito Rocha venceram o edital do PNLD-2013 Obras Complementares.

Um deles é o “A quarta-feira de Jonas”, da escritora Socorro Acioli e o outro o “Um sapo dentro de um saco”, do cordelista Marcos Mairton.

O edital é responsável pela compra de livros de literatura infantil para bibliotecas de todo o País. A expectativa é entregar ao Ministério da Educação, cerca de 50 mil livros de cada título.

O “Quarta-feira de Jonas” também foi adotado, via edital, pela Secretaria da Educação de São Paulo, assim como  “O Mistério da professora Julieta”,  também selecionado. Ambos são de autoria da escritora Socorro Acioli e farão parte dos projetos de leitura para 2013 daquele estado.

Do edital, participaram 2,2 mil títulos de editoras de todo o Brasil. Destes, 675 títulos foram escolhidos para projetos da secretaria do governo paulista.  As obras foram analisadas e selecionadas pela Coordenadoria de Gestão da Educação Básica da secretaria.

Serviço:
Lançamento do Catálogo 2012/2013 das Edições Demócrito Rocha
Sábado, 25, às 17h
Espaço O POVO de Cultura & Arte (Av. Aguanambi, 282, Joaquim Távora)
Palestra com a escritora Socorro Acioli
Informações: (85) 3255 6270

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cordel de Antonio Barreto


TORCIDA ORGANIZADA:
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Antonio Barreto
Pescado da coluna "Repentes, Motes e Glosas", de Pedro Fernando Malta,
do Jornal da Besta Fubana

Houve um tempo em que a torcida
Dos times de futebol
Se alegravam nos estádios
Na belas tardes de sol
Sentindo a brisa do vento
E o canto do rouxinol.

Não havia violência
Era um clima de amizade
As famílias reunidas
Gente de toda idade
Embelezando os estádios
Mesmo com a rivalidade.

As bandeirolas enfeitavam
Rua, beco, avenida…
O povo soltava fogos
E rolava até bebida!
Mas a paz era reinante
No coração da torcida.

Gente de todas as classes
Em perfeita comunhão
O estádio era de todos
Sem haver separação
Quando o jogo terminava
Só rolava gozação.

Vencedores e vencidos
Não ficavam estranhados
Saíam juntos pra casa
Até mesmo abraçados
Porém já se foi o tempo
De homens civilizados.

Hoje tudo está mudado
Prevalece a ignorância
O ódio já nos domina
E também a arrogância.
O mundo do torcedor
É o mundo da discordância.

A violência constante
Causa medo ao torcedor
Pois o que era alegria
Transformou-se em terror.
Torcidas organizadas
Desconhecem o que é o amor.

E no mundo virtual
Muito torcedor investe…
Tem até comunidades
Criadas na Internet
Incitando a violência
Onde eles pintam o sete.

Essa turma violenta
De torcida organizada
Precisa ter consciência
E ser mais civilizada.
Que exemplo vai ser dado
Para toda a criançada?

Se a torcida organizada
Criar líder de valor
Gente séria e responsável
Que ouça o nosso clamor:
O clima dos torcedores
Vai ser de paz e amor.

A arma do torcedor
É mesmo a reclamação
Chamar o técnico de burro
O juiz de bom ladrão
Jogador de preguiçoso:
Já é boa solução!

Devemos reconhecer
Que a torcida organizada
Tem o seu grande valor
Quando conscientizada,
Mas pra isso é preciso
De gente civilizada.

A torcida organizada
Também pode pressionar
À direção do seu time
Podendo então opinar.
Basta que todos aprendam
O verbo dialogar.

Pode até fiscalizar
Torcedores violentos
Cambistas usurpadores
E também maus elementos
Que visam tirar o brilho
Dos nossos grandes eventos.

Mas partir pra violência
Pontapé, soco, pedrada
Sacar revólver e dar tiro
Invasão, bomba e facada:
Deixa de ser futebol
Pra ser guerra anunciada.

Perda de mando de campo
Jogos com portões fechados
Para punir as equipes
Não gera bons resultados.
Essa punição só deixa
Os times prejudicados.

Manifestação de ódio
De torcedores rivais
Aos poucos tiram do estádio
Aqueles que prezam a paz.
Parece até que os fanáticos
Se transformam em animais!

A arquibancada já
Não é mais lugar seguro
É palco de violência
De torcedor imaturo.
Ali ficarão somente
Os marginais no futuro.

Parece que copiamos
Os hooligans lá da Europa
Sinônimo de violência.
Até nos jogos da Copa:
Assassinos disfarçados
Atacando sempre em tropa.

O ódio vai se espalhando
Pelos campos do Brasil.
Os jovens vão aderindo
À violência febril
Aumentando dia a dia
O comportamento hostil.

Logo, logo tem fuzil
Metralhadora, canhão…
Até mesmo a criançada
Vai querer usar facão!
Mas chegado este dia:
Estou debaixo do chão!

Talvez haja solução
E o torcedor melhore
Transformando o vandalismo
Simplesmente em folclore!
Mas é preciso que a Lei
Seja séria e não demore.

A preservação do esporte
É de valor cultural
Desse modo a Justiça
Tem que ser imperial:
Evitando que a alegria
Transforme em guerra campal.

Em BAVI, FLAFLU, GRENAL
Seja o clássico que for
Não importa o resultado
Derrotado ou vencedor…
Não havendo violência:
Lucrará o torcedor.

Tanto faz a Fonte Nova
Pituaçu, Barradão
Morumbi, Parque São Jorge
Maracanã, Mineirão
Orlando Scarpeli, Aflitos
Pacaembu, Castelão,

Rei Pelé, Palestra Itália,
Beira-Rio, Ressacada
Ilha do Retiro, Arruda
Mangueirão, Serra Dourada:
O que importa é união
Com ou sem ‘organizada’!

Brasileiros não se matem
Aproveitem o bom momento.
Recarreguem as energias
Rindo do seu sofrimento!
E deixem de incoerência:
Transformem em benevolência
O seu gênio violento!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Quadrão de Mulheres à Beira-Mar

Como em tantas outras áreas nas quais as mulheres vêm ocupando cada vez mais espaço, também na Literatura de Cordel revelam-se a cada dia novos nomes femininos.

As mulheres deixaram, assim, de ser apenas musas inspiradoras dos poemas, passando elas mesmas a criar os seus versos, mostrando os seus sentimentos e sua visão das coisas.

Dalinha Catunda, uma dessas mulheres cordelistas, juntou um grupo de suas colegas poetas e esbanjaram talento no ritmo do QUADRÃO À BEIRA MAR.

Desfrutem, visitantes deste Mundo Cordel, a poesia de Dalinha Catunda, Rosário Pinto, Creusa Meira, Nezite Alencar, Williana Brito, Francy Freire, Josenir Lacerda, Anilda Figueirêdo e Bastinha Job.

Imagem: Sebastião Mendes

MULHERES CANTANDO 
QUADRÃO À BEIRA-MAR

1-Dalinha Catunda
O sol empalidecendo
Ondas subindo e descendo
Nossa paixão acendendo
E o barco a sacolejar.
No balanço do veleiro
Um amor aventureiro
Vivi com meu timoneiro
No quadrão à beira-mar.
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar”
*
2-Rosário Pinto
Lá no Planalto Central
Em Brasília a capital
Numa noite magistral
A lua a desmaiar
Uma paixão, de repente
Na vida se fez presente
Na cidade reluzente
No quadrão à beira-mar
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar”
*
3-Creusa Meira
Queria por um momento
Falar de contentamento
Esquecer o sofrimento
Neste breve versejar
Sorrir para não chorar
Ao lembrar o triste dia
Que perdi minha alegria
No quadrão à beira mar
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar”
*
4-Nezite Alencar
Pelo mar, entre os abrolhos,
Lembro o verde dos seus olhos,
As lágrimas me descem aos molhos,
Pois é grande o meu penar:
Um dia um barco ligeiro
Levou meu amor primeiro
Vestido de marinheiro
No quadrão à beira mar.
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito à beira mar”.
*
5-Williana Brito
Sentindo a brisa cheirosa
Naquela hora saudosa
Ouvi uma voz bondosa
Dentro de mim declarar:
A vida é dom, é presente,
Amor é o que move a gente,
Cante e viva bem contente
No quadrão à beira-mar.
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar”
*
6-Francy Freire
Meu amor vai na garoa
Remando em sua canoa
Cantando uma rima boa
Pra solidão espantar.
E eu fico aqui tão sozinha,
Levando a mesma vidinha,
Da sala para a cozinha
No quadrão a beira-mar.
“Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar”
*
7-Bastinha Job
A natureza tão bela
A gente sente e ver nela
A mão de deus que nos vela
No céu, na terra , no ar;
No dia quando amanhece
Na noite quando escurece,
Nossa mão se eleva em prece
No quadrão a beira mar
beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
8-Josenir Lacerda
A onda beijando a praia
No poente o sol desmaia
E o céu perene atalaia
Dia e noite a vigiar.
Assim também é meu sonho
Ora alegre, ora tristonho.
Em versos traduzo e ponho
No quadrão a beira mar.
beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
9 – Anilda Figueiredo
No luar do meu sertão,
Entreguei meu coração,
Ao fogo de uma paixão,
Hoje resta recordar:
Fecho os olhos, sinto o cheiro
Daquele belo vaqueiro,
Que me abraçou no terreiro,
No quadrão à beira-mar.
beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
10-Dalinha Catunda
Este canto feminino
É um canto nordestino
Canto sem desatino
De quem sabe mergulhar.
Não é um canto qualquer
Mas um canto de mulher
Que navega como quer
No quadrão à beira mar.
beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Poesia de Geraldo Amancio

Na ocasião em que fui homenageado com o título de Cidadão Quixadaense, a 25 de julho de 2012, lancei o livro "O Mistério dos Monólitos de Quixadá". Quem fez a apresentação foi o poeta Geraldo Amâncio, que nos premiou com os versos abaixo.
Não poderia haver semana mais oportuna para compartilhá-los com os visitantes deste Mundo Cordel do esta, na qual se comemora o Dia do Estudante.



O LIVRO
Geraldo Amâncio

Rota da sabedoria
Luz que das trevas me isenta
Bússola que me orienta
GPS que me guia
Que Deus abençoe o dia
E a hora que eu encontrei
Da sabedoria o rei
Meu mestre em qualquer assunto
Respondendo o que eu pergunto
Ensinando o que eu não sei.

Professor que permanece
Me ensinando lição nova
Não grita, não me reprova
Não argúi, não me aborrece
Não cansa, não sente estresse
Não fala em se aposentar
Nada pode se igualar
Ao teu conteúdo enorme
Não há doutor que se forme
Sem antes te consultar

E o poeta ainda completou com essa generosa estrofe:

Parabéns, Marcos Mairton,
Nasceste pra ser feliz
Porque Deus te fez poeta
E o livro te fez juiz
Escreveste com primor
O cenário encantador
Mais bonito do Ceará
Colheste estrofes pomposas
Nas pedras misteriosas
Do sertão do Quixadá.

sábado, 11 de agosto de 2012

Poesia de Elmo Nunes


LIÇÃO DE ESTUDANTE
Elmo Nunes

Sei que o estudo é importante
E é constante o meu penar
Mas, consciente sigo em frente
Pois sei que a vida vai melhorar.

Esta certeza traz esperança
E não se cansa quem sabe amar
A própria vida que está contida
No modo lógico de educar.

Sinto, porém que eu sou um forte
E o meu esporte traz a lição
De resistência e persistência
Pra ver no mundo transformação.

Quero, portanto com humildade
Ser na verdade um vencedor
Firme na luta, cuja conduta:
Será respeito, paz e amor.

Assim o mundo será melhor
E bem maior com educação,
Sigo uma seta que indica a meta
Para eu ser um bom cidadão.

E além do mais é um privilégio
Vir ao colégio para estudar
Neste caminho não estou sozinho
Tenho colegas pra partilhar.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mote de Francisco Itaerço


MELHOR QUE MORRER CHEIROSO
SÓ MESMO ESCAPAR FEDENDO

Já falei aqui várias vezes da riqueza que é o Jornal da Besta Fubana, cheio de gente criativa, conhecida na Comunidade Fubânica como "bando de malassombrados".

Mas, eu também faço cá minhas malassombrações, e acho que essa foi uma delas.

Aconteceu o seguinte: Francisco Itaerço, lá conhecido como Cardeal Itaerço, em razão do seu cargo na Igreja Católica Apostólica Sertaneja, propôs o seguinte mote

Melhor que morrer cheiroso
Só mesmo escapar fedendo.  

Vários fubânicos fizeram glosas ao mote, cada qual a melhor, mas quando fui fazer as minhas, veio à cabeça uma historinha que gostei de ter feito.

Ficou assim:

Eu conheci um rapaz
que se tornou meu amigo,
mas gostava do perigo,
e hoje não o vejo mais.
É que há uns tempos atrás,
ele andou enlouquecendo
e andava sempre dizendo:
“Gosto do que é perigoso,
Melhor que morrer cheiroso
Só mesmo escapar fedendo”.


Assim, foi paraquedista
e também mergulhador,
de leões foi domador,
depois tornou-se alpinista.
perseguiu até a pista
dum monstro grande e horrendo.
Em perigos se metendo,
dizia sempre, orgulhoso:
“Melhor que morrer cheiroso
Só mesmo escapar fedendo”.


Com seu jeito diferente,
já não tinha namorada.
“Mulher, só se for casada,
e do marido valente”,
dizia sempre pra gente,
a mão no peito batendo,
e, de fato, andou comendo
a mulher do Zé Manhoso.
Melhor que morrer cheiroso
Só mesmo escapar fedendo.


Terminou assassinado
esse rapaz tão valente
e, misteriosamente,
foi o corpo encontrado,
pois estava encharcado
de um óleo perfumoso.
Perguntado, Zé Manhoso
disse: “Nada estou sabendo.
Mas, quem escapa fedendo,
às vezes morre cheiroso”.

sábado, 4 de agosto de 2012

Poesia de Laécio de Medeiros


MUNDO CORDEL E 
SEUS VISITANTES POETAS

Já disse aqui outras vezes que tem alguns comentários de visitantes deste Mundo Cordel que não podem ficar apenas no espaço destinado aos comentários. Este, de autoria de Laécio Ferandes de Medeiros, de Mossoró, é um deles:

Com a palavra, Laécio de Medeiros:


ESCREVER EM VERSO E RIMA
NA LEITURA DO CORDEL
É MUITO GRATIFICANTE
CADA RIMA UM PITEL
BRINCAMOS DE APRENDER
ESCREVENDENDO NUM PAPEL

É BONITO DE SE VER
TODO MUNDO EMPOLGADO
TENTANDO FAZER SEUS VERSOS
CADA UM INTERESSADO
TENTANDO COM A RECEITA
TIRAR UM APRENDIZADO

FICO MUITO ANIMADO
GRANDE É MINHA EMOÇÃO
EM VER O CORDEL NAS REDES
GANHANDO PROPAGAÇÃO
FALANDO QUALQUER ASSUNTO
COM HUMOR E DIVERSÃO

SEJA QUAL INFORMAÇÃO
ANTIGA OU ATUAL
SEJA TRISTE OU ALEGRE
NO PAPEL OU VIRTUAL
O CORDEL DESCREVE TUDO
DO LÚDICO A VIDA REAL

ISSO É SENSACIONAL
E QUERO ACRESCENTAR
O POETA CORDELISTA
TEM MENTE ESPETACULAR
FALA TUDO EM VERSO E RIMA
SEM DEIXAR NADA ESCAPAR

VAMOS PARABENIZAR
AQUI TIRO MEU CHAPEL
PARA TODOS OS POETAS
TODOS SÃO MENESTREL
CONTINUEM PROPAGANDO
A LEITURA EM CORDEL.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Poesia de Dalinha Catunda


MEU CANTO CRESCENTE 
*
Sou lua nova crescendo
Do Jeitinho que eu queria
Assim vou resplandecendo
Nos braços da poesia.
*
Minha cantiga de amor
Eu canto na lua cheia
Porque tenho meu barqueiro
Que me chama de sereia
Com ele cato conchinhas
Que o mar sacode na areia.
*
Em noite de plenilúnio
Eu dispenso meu colchão.
No alpendre, numa rede,
 Eu me deito em meu sertão
Pra ver a lua surgindo
De prata à noite tingindo
Com seu mágico clarão.
*
Eu sou uma retirante
E da minha terra amante.
Foi numa lua minguante
Que deixei o meu rincão.
Caminhei léguas a fio
Senti sede senti frio
Mas venci o desafio,
E voltei pro meu sertão.
*
A lua é sua madrinha
Me disse mamãe um dia
Confirmou a minha tia
E acreditar me convinha,
Pois quem se chama Dalinha,
E foi no sertão parida,
É pra lua prometida
Reza a lenda do lugar.
Eu que não vou contestar!
Gosto de ser iludida.