quinta-feira, 21 de maio de 2009

Glosas a um mote etílico

Imagem obtida em
QUER VER CACHAÇA O QUE FAZ?


No Jornal da Besta Fubana (www.luizberto.com), foi proposto pelo Cardeal João Veiga o mote a seguir:
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.
Fiz essas glosas:

Certa vez fui a um bar
Decidido a não beber.
Fui lá só pra poder ver
O povo se embriagar.
Não precisei esperar
Por muito tempo ali, não,
Para ver a confusão
Que começou lá atrás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Em uma mesa estavam
Três amigos assentados
Conversando educados
Não sei o que celebravam.
Mas vi que logo ficavam
Com outra disposição
Bebendo aquela poção
Criada por Satanás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Logo mais, aqueles três
Estavam embriagados
E falavam exaltados
Eles todos de uma vez.
Toda sua polidez
Transformou-se em agressão
Com aquela discussão
Acabou-se a nossa paz.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Não dava para entender
Por que estavam brigando
Mas lembro de um gritando:
“Não gostou? Vá se foder!”
O outro quis responder
Mas levou um pescoção.
Veio em em minha direção
Assim, caindo para trás.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

O rapaz que ia caindo
Esbarrou noutro sujeito
Que estava do mesmo jeito
De cachaça se entupindo
Que não gostou e foi indo
Pro meio da confusão
Já chegou metendo a mão
Na cara do outro rapaz.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Depois disso, já havia
Oito bêbados brigando.
A polícia foi chegando
E tudo terminaria
Depois, na delegacia.
Com a sua detenção.
Recolhidos à prisão,
Ali ninguém brigou mais.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção.

Até hoje eu não sei
O porquê daquela briga
Mas, de toda aquela intriga,
Uma coisa observei:
Eu também só não entrei
No meio da confusão
Porque na ocasião
Bebi água e nada mais.
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba, preste atenção

Meu amigo Ivan Lira, paribano de Cuité, mas muito bem radicado em Natal, que leu minhas glosas sobre o tema da cachaça enviou comentário diretamente para mim, gerando o seguinte diálogo:

DISSE ELE:
Mairton:
Li, com atenção e deleite, os seus “velsinhos”. Da última estrofe eu pensei que sairia a razão da confusão. Como vc usou, no fim do segundo e do terceiro versos, palavras terminadas com “…riga” (briga e intriga), eu pensei que sairia como motivo do entrevero uma criatura que motiva muito furdunço e cujo nome também termina com “….riga”. Mas assim desmantelaria a rima rica…

Abraços.
Eu sou seu fã, eu sou seu admirador (como dizia Chico Lopes,aquele do “Alô, Eliane”).
IVAN LIRA DE CARVALHO


DISSE EU:
Caro amigo Ivan,
Reconheço que deixei me escapar
uma oportunidade valiosa
de incluir na minha divertida glosa
a palavra que vieste me lembrar.
É palavra que viria a calhar
porque sendo terminada em “ariga”,
além de ser boa rima para “briga”,
muita gente junta ela com cachaça.
E aí é que é grande a desgraça.
Bom conselho nessa hora não se escuta,
pois, depois me misturar cachaça e puta,
o sujeito mais direito se esbagaça!
Mairton

DISSE ELE:
kkkkkkkkkkk

2 comentários:

  1. Veja bem preste atenção/
    No mal que a bebida faz/
    Quando se toma de mais/
    Só causa a destruição/
    O certo perde a razão/
    Do homem tira a moral/
    Causando a saúde mal/
    Esta foto bem retrata/
    Que a bebida muitos mata/
    Droga livre, mas fatal./

    **********************
    //Anizio, 29/05/2009.

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