terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cordel de P. S. Assis


Um dos monólitos de Quixadá

DO ALTO DAQUELA PEDRA
P S Assis


Eu subi naquela pedra
Para ver o visual
Fui tomado de uma paz
Quase sobrenatural
Acho que naquele instante
Tinha derrotado o mal

Não lembrava de contendas
Muito menos desaforo
Minha alma estava quieta
Foi se embora o agouro
Eu parecia algum casal
Em inicio de namoro

Nunca na minha vida
Vi um lugar tão bonito
Tendo só a companhia
Do gigante de granito
Pude admirar o céu
E o oceano infinito

A maré estava calma
Parecendo uma piscina
O sol se refletindo
Sob a água cristalina
Parecendo um menino
Abraçado a uma menina

A praia quase virgem
Preservava toda flora
Fez eu esquecer do tempo
Nem sabia qual à hora
Se pudesse ali morar
Juro que não ia embora

Aquela maravilha
Me deixou extasiado
Já passava o meio dia
E eu em pé ali parado
Contemplando a natureza
E seu mar abençoado

Só pensava em coisas boas
Tipo a brisa da manhã
Uma doce melodia
Ou um abraço da irmã
Aquecendo o meu corpo
Feito casaco de lã

Eu pude ver os peixes
Fugindo da traineira
Eram tantos que formava
Uma imensa fileira
Mas do jeito que pulavam
Parecia brincadeira

O vento que soprava
Transmitindo calmaria
Borrifando no meu rosto
O sabor da maresia
Na verdade me contava
Que chegara o fim do dia

Ainda fui presenteado
Por um lindo por do sol
Baixando lentamente
Pelas costas do farol
Tingindo o espelho d’água
De vermelho arrebol

Mar, de tão misterioso
Deixa a mente fascinada
Agora entendo por quê
A sereia apaixonada
E o valente pescador
Fazem dele sua morada

Nenhum comentário:

Postar um comentário