sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cordel sobre a África




NOVO LIVRO DE FERNANDO PAIXÃO


A leitora Samya, de Fortaleza, enviou a seguinte colaboração:


O poeta Fernando Paixão lançou na VIII Bienal Internacional do Livro, "África, um breve passeio pelas riquezas e grandezas africanas", seu novo livro em cordel. Eis um trechinho desta linda estória que conta o encanto deste grande continente africano.

DEDIQUEI NESTE POEMA
O MEU PENSAR SOBRE-HUMANO
TODA MINHA INTELIGÊNCIA
E AS BÊNÇÃOS DO SOBERANO
PARA FALAR DAS BELEZAS
DO CONTINENTE AFRICANO


ESTE IMENSO CONTINENTE
QUE TANTA BELEZA ENCERRA
COM LAGOS, SELVAS E RIOS
DESERTO, SAVANA E SERRA
SITUADO BEM NO CENTRO
DO NOSSO PLANETA TERRA


O CONTINENTE AFRICANO
TEM ELEVADO CONCEITO
MAS, O MUNDO OCIDENTAL
LHE FALTOU COM O RESPEITO
VITIMANDO A BELA ÁFRICA
AO MAIS CRUEL PRECONCEITO.

5 comentários:

  1. BELO TRABALHO DE FERNANDO PAIXÃO!!!

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  2. Codinome Lampião

    O meu nome é Virgulino
    O lagarto nordestino
    Ouça bem o que lhe digo
    O cangaço é meu quintal
    Meu sobrenome é perigo
    Vai logo me dando essas moedas
    Vai logo rezando á padre Ciço

    Foi com Antônio e Levino
    Com meus irmãos eu aprendi
    Que no cangaço o homem
    Tem que ser macho
    No cangaço o homem
    Não pode dormir

    Leão valente e cangaceiro
    Macho de todas as maneiras
    Foi assim que eu me apresentei
    Na tropa do sinhô Pereira

    Vendo o sofrimento de meu povo
    Nas mãos do crime eu cai
    Na casa da baronesa
    De água branca eu bebi

    Peguei o bicho pelo pescoço
    Prendi Antônio Gurgel
    Um frio na espinha desceu pelas costas
    Me gelando a boca do céu

    Numa agonia de dá dó
    Foi dois de uma vez só
    Perdi Colchete e Jararaca
    Na invasão á Mossoró

    O calango escondido
    Não aceitou a derrota
    Mas tive que esperar
    Pois Pernambuco, Paraíba
    E Ceará, estavam á me caçar

    Atravessei o São Francisco
    Com cinco cabras na mão
    E foi lá na Bahia
    Que eu me levantei do chão

    Um certo dia escondido
    Na fazenda de um coiteiro
    Foi lá que eu encontrei
    Meu amor verdadeiro

    Só tinha um problema
    Era a mulher do sapateiro

    Fugiu comigo em nome desse amor
    Enchendo meu coração de alegria
    Maria Déia, cheia de idéia
    Flor nordestina

    Na caatinga
    Debaixo de um umbuzeiro
    Nasceu minha filha Expedita
    Lindo anjo vindo do céu
    Á iluminar minha vida

    Com minhas roupas de Napoleão
    Feitas pelas minhas mãos de artesão
    Apresentei meu bando e minhas cartucheiras
    Ás lentes de Abrão

    O meu olho que vazava
    Dr: Bragança arrancou
    Confesso tive medo
    Mas não senti nenhuma dor

    Meu destino tava chegando
    Senti meu peito sangrar
    João Bezerra e Aniceto Rodrigues
    Vieram me atocaia

    Vi cai Quinta-feira
    Vi cai Mergulhão
    Vi cai Enedina
    De joelho no chão

    Vi Moeda e Alecrim
    No rabo do foguete
    Vi cai Macela
    Vi cai Colchete

    Antes de dar meu último suspiro
    Pensei no meu amor
    Onde tá Maria Bonita?
    Minha amada
    Minha flor

    Fui Virgulino Ferreira da Silva
    Codinome Lampião
    Vivi, amei, e morri
    Nos braços do Sertão.

    Sandro Kretus

    O andarilho da terra do fogo
    http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1346801

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  3. Confusão no céu

    Vai tocando essa prosa
    Nessa linha de cordel
    Vô te dá uma prova
    Que essa prosa veio do céu

    São Benedito escreveu
    Com a pena de São joão
    Quase que o pau comeu
    Quase que deu confusão

    São Pedro veio apartar
    Antes que o pior acontecesse
    São benedito ia apanhar
    Ia levar um cacete

    A pena era de ouro
    São João ganhou de Nossa Senhora
    Pra ele era o maior tesouro
    Com ela que ele escrevia suas prosa

    São Benedito pegou emprestado sem pedir
    Foi ai que se deu o mau entendido
    São João ficou desesperado
    Foi procurar até o santo Expedito

    Passou três dias, uma semana
    Ninguém achou a tal da pena
    São João tava furioso
    Não queria nem mais fazer fogueira

    Jesus Cristo apareceu
    E reuniu todos os santos
    Quem pegou a pena do João?
    Quem pegou levanta a mão

    São Jorge montado no cavalo
    Aponto com a lança
    Olha ali o Benedito
    Tá chorando que nem uma criança

    Jesus Crito então perguntou
    Foi tu Benedito?
    Que pegou
    Sim, fui eu meu senhor




    Só peguei emprestado um pouquinho
    Achei que não ia ter problema
    Só queria escrever uns verso
    Só queria fazer um poema

    Pra entregar pra Nossa Senhora
    Dar pra ela de presente
    Ela é tão bondosa
    Queria deixar ela contente

    Cuida de todo mundo na terra
    Não tem tempo pra descansar
    Só queria agradar ela
    Só queria lhe presentear

    Com uns verso bem bonito
    Numas linha de cordel
    Mas João ficou enfurecido
    Óia a confusão que deu no céu

    João meio sem jeito
    Foi logo pedindo desculpa
    Desculpa Benedito
    Foi tudo minha culpa

    Tô nervoso porque meu dia tá chegando
    Ainda não fiz nem um cordel
    Meus devotos já tão me chamando
    Cumé que eu vou descer aqui do céu

    Não te preocupa João
    Eu posso te ajudar
    Já terminei o poema de Nossa Senhora
    Só me falta declama

    Jesus Cristo então disse:
    Bom! Tá tudo resolvido
    Agora vamos voltar pro trabalho
    Temos um monte de serviço

    Vem cá Benedito
    Não sabia que tu gostava de escrever
    Tomá aqui essa pena
    Que eu ganhei quando ainda era nenê

    Ganhei de um dos reis magos
    Quando nasci lá em Belém
    Agora ela é tua
    Escrevi pra mim também

    Ô, meu senhor
    Não precisa nem pedir
    Que presente mais bonito
    Hoje não vô nem dormir

    Amanha bem cedinho
    Vou lhe escrever um cordel
    Agora vou ajudar João
    Á iluminar esse céu

    O dia dele tá chegando
    A festança vai começar
    Lá em baixo já tá todo mundo festejando
    Esperando nóis chega......................

    Sandro Kretus

    O andarilho da terra do fogo
    http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1346801

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  4. bonito trabalho adorei logog eu o grande apreciador de cordel, pois aprendi isso com minha mãe e minhas tias!

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