(Imagem obtida em http://daquimesmo.blogspot.com/2008/05/25-de-maio-dia-de-frica.html)
NOVO LIVRO DE FERNANDO PAIXÃO
A leitora Samya, de Fortaleza, enviou a seguinte colaboração:
O poeta Fernando Paixão lançou na VIII Bienal Internacional do Livro, "África, um breve passeio pelas riquezas e grandezas africanas", seu novo livro em cordel. Eis um trechinho desta linda estória que conta o encanto deste grande continente africano.
DEDIQUEI NESTE POEMA
O MEU PENSAR SOBRE-HUMANO
TODA MINHA INTELIGÊNCIA
E AS BÊNÇÃOS DO SOBERANO
PARA FALAR DAS BELEZAS
DO CONTINENTE AFRICANO
ESTE IMENSO CONTINENTE
QUE TANTA BELEZA ENCERRA
COM LAGOS, SELVAS E RIOS
DESERTO, SAVANA E SERRA
SITUADO BEM NO CENTRO
DO NOSSO PLANETA TERRA
O CONTINENTE AFRICANO
TEM ELEVADO CONCEITO
MAS, O MUNDO OCIDENTAL
LHE FALTOU COM O RESPEITO
VITIMANDO A BELA ÁFRICA
AO MAIS CRUEL PRECONCEITO.
BELO TRABALHO DE FERNANDO PAIXÃO!!!
ResponderExcluirCodinome Lampião
ResponderExcluirO meu nome é Virgulino
O lagarto nordestino
Ouça bem o que lhe digo
O cangaço é meu quintal
Meu sobrenome é perigo
Vai logo me dando essas moedas
Vai logo rezando á padre Ciço
Foi com Antônio e Levino
Com meus irmãos eu aprendi
Que no cangaço o homem
Tem que ser macho
No cangaço o homem
Não pode dormir
Leão valente e cangaceiro
Macho de todas as maneiras
Foi assim que eu me apresentei
Na tropa do sinhô Pereira
Vendo o sofrimento de meu povo
Nas mãos do crime eu cai
Na casa da baronesa
De água branca eu bebi
Peguei o bicho pelo pescoço
Prendi Antônio Gurgel
Um frio na espinha desceu pelas costas
Me gelando a boca do céu
Numa agonia de dá dó
Foi dois de uma vez só
Perdi Colchete e Jararaca
Na invasão á Mossoró
O calango escondido
Não aceitou a derrota
Mas tive que esperar
Pois Pernambuco, Paraíba
E Ceará, estavam á me caçar
Atravessei o São Francisco
Com cinco cabras na mão
E foi lá na Bahia
Que eu me levantei do chão
Um certo dia escondido
Na fazenda de um coiteiro
Foi lá que eu encontrei
Meu amor verdadeiro
Só tinha um problema
Era a mulher do sapateiro
Fugiu comigo em nome desse amor
Enchendo meu coração de alegria
Maria Déia, cheia de idéia
Flor nordestina
Na caatinga
Debaixo de um umbuzeiro
Nasceu minha filha Expedita
Lindo anjo vindo do céu
Á iluminar minha vida
Com minhas roupas de Napoleão
Feitas pelas minhas mãos de artesão
Apresentei meu bando e minhas cartucheiras
Ás lentes de Abrão
O meu olho que vazava
Dr: Bragança arrancou
Confesso tive medo
Mas não senti nenhuma dor
Meu destino tava chegando
Senti meu peito sangrar
João Bezerra e Aniceto Rodrigues
Vieram me atocaia
Vi cai Quinta-feira
Vi cai Mergulhão
Vi cai Enedina
De joelho no chão
Vi Moeda e Alecrim
No rabo do foguete
Vi cai Macela
Vi cai Colchete
Antes de dar meu último suspiro
Pensei no meu amor
Onde tá Maria Bonita?
Minha amada
Minha flor
Fui Virgulino Ferreira da Silva
Codinome Lampião
Vivi, amei, e morri
Nos braços do Sertão.
Sandro Kretus
O andarilho da terra do fogo
http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1346801
Confusão no céu
ResponderExcluirVai tocando essa prosa
Nessa linha de cordel
Vô te dá uma prova
Que essa prosa veio do céu
São Benedito escreveu
Com a pena de São joão
Quase que o pau comeu
Quase que deu confusão
São Pedro veio apartar
Antes que o pior acontecesse
São benedito ia apanhar
Ia levar um cacete
A pena era de ouro
São João ganhou de Nossa Senhora
Pra ele era o maior tesouro
Com ela que ele escrevia suas prosa
São Benedito pegou emprestado sem pedir
Foi ai que se deu o mau entendido
São João ficou desesperado
Foi procurar até o santo Expedito
Passou três dias, uma semana
Ninguém achou a tal da pena
São João tava furioso
Não queria nem mais fazer fogueira
Jesus Cristo apareceu
E reuniu todos os santos
Quem pegou a pena do João?
Quem pegou levanta a mão
São Jorge montado no cavalo
Aponto com a lança
Olha ali o Benedito
Tá chorando que nem uma criança
Jesus Crito então perguntou
Foi tu Benedito?
Que pegou
Sim, fui eu meu senhor
Só peguei emprestado um pouquinho
Achei que não ia ter problema
Só queria escrever uns verso
Só queria fazer um poema
Pra entregar pra Nossa Senhora
Dar pra ela de presente
Ela é tão bondosa
Queria deixar ela contente
Cuida de todo mundo na terra
Não tem tempo pra descansar
Só queria agradar ela
Só queria lhe presentear
Com uns verso bem bonito
Numas linha de cordel
Mas João ficou enfurecido
Óia a confusão que deu no céu
João meio sem jeito
Foi logo pedindo desculpa
Desculpa Benedito
Foi tudo minha culpa
Tô nervoso porque meu dia tá chegando
Ainda não fiz nem um cordel
Meus devotos já tão me chamando
Cumé que eu vou descer aqui do céu
Não te preocupa João
Eu posso te ajudar
Já terminei o poema de Nossa Senhora
Só me falta declama
Jesus Cristo então disse:
Bom! Tá tudo resolvido
Agora vamos voltar pro trabalho
Temos um monte de serviço
Vem cá Benedito
Não sabia que tu gostava de escrever
Tomá aqui essa pena
Que eu ganhei quando ainda era nenê
Ganhei de um dos reis magos
Quando nasci lá em Belém
Agora ela é tua
Escrevi pra mim também
Ô, meu senhor
Não precisa nem pedir
Que presente mais bonito
Hoje não vô nem dormir
Amanha bem cedinho
Vou lhe escrever um cordel
Agora vou ajudar João
Á iluminar esse céu
O dia dele tá chegando
A festança vai começar
Lá em baixo já tá todo mundo festejando
Esperando nóis chega......................
Sandro Kretus
O andarilho da terra do fogo
http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1346801
bonito trabalho adorei logog eu o grande apreciador de cordel, pois aprendi isso com minha mãe e minhas tias!
ResponderExcluirMuito bons estes cordeisss!!!!
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