terça-feira, 28 de julho de 2009

Florbela Espanca



Pronto. Satisfiz a minha curiosidade. O poema que Danilo nos trouxe ao Mundo Cordel, "Quem sou eu?", é de nada menos que Florbela Espanca. Obrigado, Danilo, pela colaboração.

Enquanto isso, dois novos seguidores chegaram o Mundo Cordel, com os blogs "Canto do Meu Cordel" e "Pela Vida".

Sejam bem vindos os novos seguidores!
Encerremos com um pouco mais de Florbela Espanca:


CEGUEIRA BENDITA

Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!

Não vejo nada, tudo é morto e vago…
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho…

Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!

Florbela Espanca - Trocando olhares - 24/04/1917

Nenhum comentário:

Postar um comentário