sexta-feira, 19 de novembro de 2010


DIA DO CORDELISTA, DIA DE LEANDRO
(Esta postagem me foi enviada por Marco Haurélio, 
autor do blog CORDEL ATEMPORAL [marcohaurelio.blogspot.com])

19 de novembro de 1965. Nesse dia, veio ao mundo Leandro Gomes de Barros, o poeta mais lido da história do Brasil. No meu livro Breve História da Literatura de Cordel (Claridade), dediquei algumas páginas à vida e a obra do grande gênio da poesia popular brasileira:

“Para entendermos melhor o processo, precisamos retroceder às últimas décadas do século XIX, quando surgiu Leandro Gomes de Barros, nascido no sítio Melancia, então município de Pombal (PB), a 19 de novembro de 1865. Não é absurdo afirmar que este autor é o “pai da Literatura de Cordel brasileira”, já que explorou e deu forma a todos os gêneros e temas, preparando, assim, a estrada na qual os vates populares transitam ainda hoje.
Leandro migrou para a região do Teixeira, ainda na Paraíba, um dos berços da poesia popular do Nordeste. Aos 15 anos, mudou-se para as cidades pernambucanas de Vitória, Jaboatão e, finalmente, Recife, onde permaneceu até sua morte, ocorrida a 4 de março de 1918. Na capital pernambucana, ao lado dos confrades Francisco das Chagas Batista e Silvino Pirauá de Lima, Leandro ajudou a escrever algumas das mais belas páginas da história da cultura brasileira.

Com ele surgiu a figura do editor de Cordel que escrevia, publicava e distribuía a sua produção.

Nas raras horas de lazer que a lida da roça proporcionava, as pessoas se reuniam em torno de alguém que soubesse ler, e se deleitavam com os romances de Leandro: O cachorro dos mortosOs sofrimentos de AlziraJuvenal e o dragãoA força do amorPeleja de Manoel Riachão com o Diabo,História da donzela TeodoraO boi misterioso. Estas e muitas outras obras já ultrapassaram com folga a casa dos milhões de exemplares vendidos, e são reeditadas há mais de cem anos, interruptamente. Nenhum poeta brasileiro o superou em número de leitores. Paradoxalmente, seu nome é pouco conhecido. Isto, em parte, pode ser atribuído às contrafações do editor João Martins de Athayde, paraibano de Ingá do Bacamarte, personagem de destaque na história do Cordel.”
(...)

(Págs. 20-21)

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