Fio da navalha
Rosário Pinto
abril, 2011
1
O fio da navalha é
Muitas vezes perigoso
Manejá-lo é ofício
De barbeiro habilidoso
Na vida se deve sempre
Ser bastante cuidadoso
2
Pois vivemos situações
Que nos deixam à deriva
Sempre buscando equilíbrio
Nos frágeis fios da vida
Num andar desajeitado
Buscando alguma acolhida
3
Ficamos de mãos atadas
Buscando forma de escape
Das teias que aparecem
Lutar sem arma ou tacape
Com olhos aparvalhados
Medo que a vida desate
4
A visão da consciência,
Às vezes, fica confusa
Pensamento embaralhado
Pensar é coisa difusa
O raciocínio nos foge
Nossa mente nos acusa
5
Há dias que relutamos
A nos levantar da cama
O corpo cansado grita:
-Quero ficar de pijama!
Mas o dever solicita
Não vale psicodrama
6
Saímos para o trabalho
Naquela lida infinita
Conduções sempre lotadas
Todo mundo se agita
E naquele empurra-empurra
Do mundo cosmopolita
7
Chegando ao nosso trabalho,
Há sempre muito a fazer
São milhares de papéis
E tudo pra resolver
São oito horas diárias
Sem poder nos abster
8
Na hora da Ave-Maria
Nosso dia chega ao fim
Com problemas resolvidos,
Saímos pro botequim
E tomar uma cerveja
Requeijão com aipim
9
Não é sempre que podemos
Falar de alma lavada
As emoções conturbadas
Ficam de forma engessada
E é por isto que vivo
De forma desatinada
10
Andamos na corda bamba
Com a vida por um fio
Todo dia, sempre igual:
Viver sob calafrio,
Dia e noite, noite e dia
A vida é um desafio
Olá Mairton,
ResponderExcluirO poema de Rosário é muito bom e com esta ilustração ficou melhor ainda.
Parabéns a Rosário pelos versos e você pela postagem com este belo visual.
Um abraço,
Dalinha
Meus Deuses!!!!
ResponderExcluirMairtom, muito obrigada,
pelo apoio oferecido
Poeta como você,
é sempre o mais queirdo:
Incentiva os novatos,
todos lhe são muito gratos
Será sempre bem querido!
Homem! você fez além do que eu merecia, muitos beijinhos pra você,
rosário