domingo, 25 de setembro de 2011

Glosas de Paulo Barja



A SECA D´ALMA É TÃO DURA
QUANTO A SECA DO SERTÃO
Paulo Barja


No galope cavalgamos
criando nossa poesia
porém, nesse dia-a-dia
é nossa dor que cantamos;
muitas vezes trabalhamos
sem ganhar nenhum tostão,
enquanto muito ladrão
aumenta a própria fartura
- A seca d´alma é tão dura
Quanto a seca do sertão.


O transporte anda pra trás,
teatro é abandonado
e o Banhado é vitimado
por crimes ambientais.
Já ninguém aguenta mais:
vão aprovar a extração
de areia em votação
no meio da noite escura?
- A seca d´alma é tão dura
Quanto a seca do sertão.


Não dá pra aceitar de novo
essa velha ladainha:
distribuem a farinha
mas privatizam o ovo!
Há quem se lembre do povo
só na hora da eleição,
mas nossa reclamação
tanto bate até que fura:
- A seca d´alma é tão dura
Quanto a seca do sertão.
Grande abraço,


Visite, de autoria de Paulo Barja:
www.cordeisjoseenses.blogspot.com
www.cartoesjoseenses.blogspot.com


Foto da postagem obtida em: Sobral Portal de Notícias

2 comentários:

  1. Excelente!! Comentava sobre algo como esta secura da alma, com um amigo estes dias. Estamos cada vez mais áridos...

    Parabéns Paulo e obrigado Marcão!!

    []ss

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  2. Parabéns, Mundo Cordel
    Por este poema postado.
    Paulo Barja é abalizado,
    É poeta menestrel,
    Ninguém lhe tira o papel.
    Pensa em nosso país,
    Que caminha por um triz.
    Vivemos na corda bamba,
    Aqui, “tudo acaba em samba”
    Vivendo eterno tropel.
    Abraço,
    Rosário Pinto

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