terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Poetas em MundoCordel



VISITAS DOS POETAS AO MUNDO CORDEL

Uma das coisas boas de se manter um blog como este, destinado à divulgação da cultura, é receber dos visitantes, e dos próprios autores, comentários acerca do material divulgado, inclusive sugerindo novas postagens.

Rouxinol do Rinaré e Flávio Martins, do IMEPH, nos deram essa alegria. Postei sobre os livros de cordel ilustrados do IMEPH, voltados para o público infantil, um deles de autoria de Rouxinol, e eles me presentearam com o comentário:

Poeta Marcos Mairton
Eu sinto ser necessário
Agradecer-te a atenção
Quando fazes comentário
Aos meus versos e remete
Nas ondas da internet
Num blog extraordinário.

Sou ciente que você
É juiz e menestrel
E grande divulgador
Dessa cultura fiel
Às raízes populares
Plantando entre os potiguares
A semente do cordel.

Flávio Martins do IMEPH
Te manda um muito obrigado
Pela atenção e espaço
Que você tem dispensado
No seu blog, sobre tudo
Os livros e o conteúdo
Que você tem divulgado.
Nonato Luiz também nos deu esse prazer, quando, a respeito da declamação de OS CINCO SENTIDOS ao som de Rubi Grená, disse:

Olha já visitei o seu blog e achei realmente uma maravilha a sua poesia "OS CINCO SENTIDOS" junto a minha música "RUBI GRENÁ. Para seu contrôle gostaria de te falar que achei perfeito o ritmo, a colocação(entonação) e o timbre da voz no momento em que você declama os belíssimos versos com a música rolando ao fundo. Meus parabéns.

Depois foi Mundim do Vale, que também teve poesia exposta por aqui:

Mairton.

Ricardo me falou do seu interesse por cultura popular e por isto eu tomei a liberdade de enviar em anexo alguns trabalhos. São da minha autoria e responsabilidade pode usá-los da forma quelhe convier.
Abraço.

Mundim do Vale. Do Vale do Machado.
Ou Raimundinho Piau. Da terra do arroz.

Encerro, portanto, com mais uma das várias poesias que Mundim do Vale nos enviou. Como muita gente trafega por aqui em busca de dicas para escrever um bom cordel, segue uma muito instrutiva:

RECEITA PARA CORDEL
Mundim do Vale

O verso para cordel
Fica bem em septilha,
Mas faltando ingrediente
Pode ser feito em sextilha,
Faça por essa receita
Que fica uma maravilha.

Não esqueça de botar
Um pouco de alegria,
Humor é fundamental
Para a boa poesia,
Se o colega duvidar
Confirme com Zé Maria.

Não queira fazer volume
Não force a inspiração,
O cordel tem que ter arte,
Rima e metrificação,
Lembre que o melhor sabor
É da pequena porção.

Desenvolva seu cordel
Com humildade e amor,
Coloque tempero bom
Para agradar o leitor,
Pois ele é quem avalia
A receita do autor.

Se você tem esse dom
Só precisa aprimorar,
Se nasceu pra ser poeta
A rima não vai faltar,
Você acha inspiração
Sem precisar se esforçar.

Uma pitada de rima
Você tem que acrescentar,
Métrica se faz relevante
Para o verso não quebrar,
Na cobertura uma capa
Para melhor ilustrar.

Para o cordel não queimar
Faça a receita segura,
Acrescente a construção
E o enredo na mistura,
Depois faça a impressão
Em média temperatura.

Faça sozinho a receita
Pra ser personalizada,
Não é bom fazer cordel
Com ajuda atrapalhada,
Panelas que muitos mechem
Ou fica insossa ou salgada.

Não bote muita pimenta
Controle também o sal,
O cordel precisa ser
Espontâneo e natural,
Que depois de concluído

Tem seu valor cultural.

A receita de cordel
Tem que ser bem coerente,
Se o colega quer fazer
Procure um tema decente,
Para não ficar vulgar
Obedeça a sua mente.

A receita pede ainda
A responsabilidade,
O cordel é um projeto
Que requer capacidade,
Para não ficar restrito
Somente a maioridade.

Fazendo pela receita
Sabendo metrificar,
Botando a rima perfeita
No seu devido lugar,
Nenhum catador de pulgas
Vai ter erros pra catar.

Faça toda essa receita
Bem distante de fascismo,
Não deixe se aproximar
De onde houver o machismo,
Procure evitar também
Contato com o racismo.

Bote os temperos com calma
Cada um na sua vez,
Não esqueça de botar
Dez gramas de sensatez,
Que quando o leitor olhar
Já sabe quem foi que fez.

Bote um pouco de equilíbrio
Pra manter a disciplina,
Não vá repetir temperos
Para não virar rotina,
Depois coloque o aroma
Da essência nordestina.

Quando a mistura apurar
Polvilhe sinceridade,
Enquanto ela descansa
Faça o molho da amizade,
Para depois ser servida
Com o recheio da verdade.

Coloque tudo na ordem
Antes de botar na mesa,
Verifique a aparência
Para servir com certeza,
Que a receita ficou
Ilustrada com pureza.

Mexendo bem devagar
Vá botando sentimento,
Bote a ética gradual
Conforme o seu pensamento,
E para não embolar
Bote todo o seu talento.

A receita também mostra
O cordel como mensagem,
O autor vira um ator
Do seu próprio personagem,
E assim o poeta faz
Mais perfeita a sua imagem.

Depois da receita pronta
O leitor vai degustar,
E autor sem vaidade
Fica a se perguntar:
Será que eu contribuí
Pra cultura popular?

Não deixe que o orgulho
Altere seu proceder,
Não alto se valorize
Mantenha o jeito de ser,
Pois quem julga seu cordel
È o leitor depois de ler.

Se você tá começando
Leia a receita também,
Que um dia você será
Um cordelista de bem,
Mas cresça com humildade
Sem atropelar ninguém.

Se o leitor já é poeta
Desculpe a intervenção,
Não sou nenhum professor
Para querer dar lição,
Eu também ando na busca
Da fonte de inspiração.

Aqui termino a receita
De um cordel confeitado,
Espero que os poetas
Recebam bem o recado,
Assino Mundim do Vale
Da região do Machado.

11 comentários:

  1. Caro amigo Mairton,

    quero registrar, muito feliz,que a receita de cordel feita pelo talentoso Mundim do Vale foi bastante proveitosa para mim. Embora os meus cordéis ainda não tenham esse tempero tão equilibrado e de qualidade, que torna a poesia pura e encantadora, vou aprendendo com vocês,os mestres.
    Grande abraço, extensivo ao vate Mundim do Vale.

    Gilbamar de Oliveira

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  2. Gostei muito da receita/
    Pra fazer as poesias/
    Com rimas e com maestria/
    Petrificadas e perfeita/
    Que todo leitor aceita/
    Ler com prazer e emoção/
    As histórias e criação/
    Depois duma lição desta/
    Só se não for um poeta/
    Pois a venda não tem não./
    *************************
    //Anizio

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  3. O tempero do cordel/
    Numa noite enluarada/
    Na roça em uma latada/
    E uma caninha com mel/
    E uma plateia fiel/
    Um cabra bom pra cantar/
    E as rimas não misturar/
    Isto é festa da cultura/
    Que vem da alma e é pura/
    Pra nós ouvir e vibrar./

    **********************

    //Anizio

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  4. Se o poeta recebesse
    Pelo valor que ele tem
    Sem desmerecer ninguem
    Não há cofre que coubesse
    Nem que a crise viesse
    Dinheiro era de montão
    Não comprava a prestação
    Dos bancos era acionista
    Era a maior conquista
    Sendo os poetas patrão...
    *************************

    //Anizão, 26/09/2008.

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  5. Ai se eu podesse dar/
    Aos poetas seu valor/
    Pelo seu grande vigor/
    Em poesias a cantar/
    Com palavras retratar/
    Dando a vida alegria/
    Dom que faz com maestria/
    Com palavras de emoção/
    Com extrema vibração/
    Com muito amor eu faria./

    ***************************
    //Anizio

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  6. As mágoas de um poeta/
    Em rimas ele transforma/
    Suas frases viram obra/
    Mas chorar ele detesta/
    Da tristeza ele faz festa/
    Quem não conhece se engana/
    Mais saiba o poetas ama/
    Tambem sofre por amor/
    Carrega no peito a dor/
    Vive alegre e não reclama./
    *************************
    //Anizio

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  7. Gostei da receita
    provou que você é
    um homem inteligente
    fazendo cordel de um jeito
    que impreciona a gente.

    a receita é muito boa
    pra um poeta degustar
    na mais fina culinaria
    que podemos saborear...

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  8. Sempre gostei de escrever
    Em quadra não sei porque...
    Talvez por ser nato poeta,
    Na rima vou me manter.

    Mas com essa aula de ouro,
    Com sextilha eu vou tentar
    Aprender tudo de novo
    Para poder divulgar
    O tudo que aprendi,
    Sem a rima abandonar!

    Antonio Alvares

    Santa Catarina - Brasil

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  9. Entre tantos menestréis
    Só tenho a agradecer
    Por também ser nordestino
    Onde posso aprender
    Com tantos poetas nobres
    Essa arte de escrever

    Qualquer um pode aprender
    Nesta arte de rimar
    Com tanta receita nobre
    É fácil de se encantar
    Vamos dar todo valor
    A cultura popular

    Importante é lembrar
    O que nós pudemos ver
    Na receita de cordel
    Nós temos que entender
    Que os temas escolhidos
    É pra todo mundo ler

    Laécio Fernandes

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  10. com a receita dada
    um cordel vou fazer
    jamais esquecerei das dicas
    que o mestre Machado passou a escrever


    fernando rocha dario meira ba

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    Respostas
    1. ESCREVER EM VERSO E RIMA
      NA LEITURA DO CORDEL
      É MUITO GRATIFICANTE
      CADA RIMA UM PITEL
      BRINCAMOS DE APRENDER
      ESCREVENDENDO NUM PAPEL

      É BONITO DE SE VER
      TODO MUNDO EMPOLGADO
      TENTANDO FAZER SEUS VERSOS
      CADA UM INTERESSADO
      TENTANDO COM A RECEITA
      TIRAR UM APRENDIZADO

      FICO MUITO ANIMADO
      GRANDE É MINHA EMOÇÃO
      EM VER O CORDEL NAS REDES
      GANHANDO PROPAGAÇÃO
      FALANDO QUALQUER ASSUNTO
      COM HUMOR E DIVERSÃO

      SEJA QUAL INFORMAÇÃO
      ANTIGA OU ATUAL
      SEJA TRISTE OU ALEGRE
      NO PAPEL OU VIRTUAL
      O CORDEL DESCREVE TUDO
      DO LÚDICO A VIDA REAL

      ISSO É SENSACIONAL
      E QUERO ACRESCENTAR
      O POETA CORDELISTA
      TEM MENTE ESPETACULAR
      FALA TUDO EM VERSO E RIMA
      SEM DEIXAR NADA ESCAPAR

      VAMOS PARABENIZAR
      AQUI TIRO MEU CHAPEL
      PARA TODOS OS POETAS
      TODOS SÃO MENESTREL
      CONTINUEM PROPAGANDO
      A LEITURA EM CORDEL.

      LAÉCIO FERNANDES(MOSSORÓ-RN)

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