No dia 12 de abril de 2011, a BIBLIOTECA DEMONSTRATIVA DE BRASÍLIA (W/3-SUL, EQ.506/7) inaugurou exposição comemorativa do Mês do Livro “O CORDEL” . Na ocasião foi prestada homenagem ao cordelista PAULO NUNES BATISTA, cordelista, advogado e jornalista, paraibano radicado em Goiás. Nascido em uma família tradicional
de cordelistas, sendo neto de Ugolino, um dos pioneiros do cordel no Brasil, sua trajetória inclui atividades de cobrador de ônibus e
trabalhador braçal a jornalista e professor. Hoje, aos 86 anos, é respeitado por acadêmicos e admirado pelo público. É autor de mais de 140 folhetos de cordéis e seis livros, e membro da Academia Goiana de Letras.O cordelista ARIEVALDO VIANA fez uma bela homenagem em versos a PAULO NUNES BATISTA.
HOMENAGEM A PAULO NUNES BATISTA
Autor: ARIEVALDO VIANA
É uma justa homenagem
Para um renomado artista
Escritor de nomeada
Inspirado cordelista
Lenda viva da poesia
O Paulo Nunes Batista.
Filho de Chagas Batista
Um famoso menestrel,
No universo das letras
Desempenha o seu papel
Levando sempre adiante
A bandeira do cordel.
É autor de vários livros
E centenas de folhetos
E compõe, com maestria
Acrósticos, glosas, sonetos
Transborda filosofia
Até mesmo em poemetos.
Um literato de fibra
Sob meu ponto de vista,
Espírito humanitário
Quem tem saber altruísta
Parabéns à Biblioteca
E ao PAULO NUNES BATISTA.
Para um renomado artista
Escritor de nomeada
Inspirado cordelista
Lenda viva da poesia
O Paulo Nunes Batista.
Filho de Chagas Batista
Um famoso menestrel,
No universo das letras
Desempenha o seu papel
Levando sempre adiante
A bandeira do cordel.
É autor de vários livros
E centenas de folhetos
E compõe, com maestria
Acrósticos, glosas, sonetos
Transborda filosofia
Até mesmo em poemetos.
Um literato de fibra
Sob meu ponto de vista,
Espírito humanitário
Quem tem saber altruísta
Parabéns à Biblioteca
E ao PAULO NUNES BATISTA.
Ficou órfão muito cedo
Mas venceu este empecilho
Estava predestinado
A ser poeta de brilho
Quando criança ajudava
Manoel D’Almeida Filho.
Descende de um velho tronco
Da fina-flor repentista
Do qual brotaram Hugolino
E Agostinho Batista;*
Seu mano, o Sebastião
Também foi bom cordelista.
* Hugolino do Sabugi e Agostinho Nunes da Costa são ancestrais de Paulo Nunes Batista. Do grande poeta Agostinho Nunes da Costa (1797 – 1858), seu bisavô, ficou registrada essa bela estrofe onde fica evidente o desejo de liberdade que sempre alimentou essa família de poetas:
Nasci livre, Deus louvado
E até sem medo fui feito
Porque meu pai, com efeito,
Com minha mãe foi casado;
Também nunca fui pisado
Como terra ou capim
E se alguém pensar assim
É engano verdadeiro:
Olhe para si primeiro
Quem quiser falar de mim.
Voltemos ao Paulo Nunes, nosso homenageado:
Ainda na Era Vargas
Enfrentou a Ditadura
Ingressou no Partidão
Com alma sincera e pura
A arma que mais usou
Foi sua literatura.
Viveu no Rio de Janeiro
Aonde foi estudante
Porém a mão do destino
O lançou na vida errante
Até que chega em Goiás
Do seu Nordeste distante.
Comunista e agnóstico
E nesta louca ciranda
Paulo Nunes vai um dia
Num terreiro de Umbanda
Sua vida, nesse instante,
Recebe outra demanda.
Uma surra dos “caboclos”
Naquele dia levou
E por ver a coisa séria
Naquela seita ingressou
Mais tarde, o Espiritismo
De Allan Kardec abraçou.
Sobre seu ingresso na Umbanda e suas convicções políticas, assim se expressou o poeta:
Inimigo de tiranos
Tenho horror à hipocrisia
Para festejar a Vida
Troco a noite pelo dia.
O caboclo “Cachoeira”
É – nas Umbandas – meu guia...
O certo é que Paulo Nunes
Não levou a vida a esmo
Nem esqueceu o Nordeste,
Da rapadura e torresmo,
Vejamos umas estrofes
Do ABC para mim mesmo:
“Operário da caneta,
Já vivi só de escrever.
Poeta de profissão
Em Goiás pude viver
Dos folhetos que escrevia
Para nas praças vender.
Trovador: escrevo trovas,
Sonetos, sambas, canções,
Contos rimados, poemas,
Num mar de improvisações,
Tenho setenta folhetos
Com diversas edições.
Versejador, viajante,
Das estrelas do Repente:
Abro a boca, o verso nasce,
Como nasce água corrente,
Tenho feito alexandrinos
Em três minutos somente...”
O certo é que Paulo Nunes
É bamba na poesia
Em 2000 ele ingressou
Na goiana Academia
De Letras e se orgulha
Desse luminoso dia.
FIM
Fortaleza, 13 de março de 2011
Valeu MAIRTON. Obrigado pela postagem, meu poeta. Seu blog foi adicionado na minha lista de FAVORITOS. Grande abraço.
ResponderExcluirARIEVALDO VIANA
Caríssimo Mairton,
ResponderExcluirGostaria de informar que também tive o privilégio de particpar da organização do Evento em homenagem ao nosso poeta Paulo Nuns Batista, com que volta e meia, mantenho contato pelo canal da Biblioteca Amadeu Amaral, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Fiquei feliz por ter de alguma forma participado do evento. Veja o email que recebi:
Prezada Rosário,
Confimo o recebimento dos exemplares do caderno técnico bem como dos cordeis de sua autoria e da Dalinha Catunda, pelos quais toda a equipe a BDB lhe é muito grata.
Estamos na corrida para finalizar os preparativos, já que por motivos operacionais, tivemos que adiar a abertura para o dia 12 de abril. Gostaríamos muito que pudesse estar aqui na solenidade de homenagem ao Paulo Nunes Batista, ou que viesse visitar a exposição, ue ficará aberta ao público até o dia 11 de maio.
Um grande
abraço.
Anamaria Souza
Ana Maria da Costa Souza
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Tudo que se fala é pouco
ResponderExcluirQuando se fala de artista
Quanto mais um cordelista
Que em prosa dar o troco
Numa sala de reboco
Não perca ele de vista
Nessa arte é estilista
Ouvir prosas do gigante
É mais que gratificante
Elogios aos repentistas.
//Anizio