XILOGRAVURA NA LITERATURA DE CORDEL
Uma das muitas coisas boas que pude encontrar na Feira do Livro de Mossoró foi o livro XILOGRAVURA POPULAR NA LITERATURA DE CORDEL, de Jeová Franklin, em comemoração aos 100 anos da xilogravura popular na literatura de cordel, editado pela LGE Editora.
Apresentando obras dos principais xilogravadores nordestinos, o livro traz ainda um DICIONÁRIO ONOMÁSTICO DE XILOGRAVADORES POPULARES DO NORDESTE.
Segue um trecho do livro:
A gravura popular utilizada na literatura de Cordel apareceu no Nordeste em 1907, sem festas e completou o primeiro centenário, quase 200 anos depois da chegada da imprensa ao Brasil. A primeira xilogravura apareceu no folheto de Francisco das Chagas Baptista em setembro de 1907. Foi editado na Imprensa Industrial instalada na Rua Visconde de Itaparica, números 49 e 51 no Recife.
Na página interna onde era impressa a xilogravura, não havia título e nenhum tipo de apresentação, apenas a legenda pura e simples com o nome Antonio Silvino. Um homem vestido de chapéu de couro, com bacamarte na mão e espada na cintura, mais parecido com o tipo europeu.
Ao imprimir o enredo poético de 48 páginas, sem outros anexos, o folheto trazia na capa o nome do autor, o título em horizontal e abaixo dele o seguinte aviso: A história de Antonio Silvino, contendo o retrato e toda a vida de crimes do célebre cangaceiro, desde o seu primeiro crime até a data presente – Setembro de 1907.
Tanto os folhetos com xilogravura ou sem xilogravura fazem parte dos primeiros enredos datados e arquivados no Brasil. Os poetas pioneiros em poesia popular, Antonio Pirauá de Lima, Francisco das Chagas Baptista e Leandro Gomes de Barros, não deixaram cópias escritas dos poemas populares editados no final do século XVIII.
A Fundação Casa de Rui Barbosa mantém na Literatura popular em versos o folheto produzido por Chagas Baptista em 1904, com o nome a Vida de Antonio Silvino, editado pela Imprensa Industrial. Nele está o enredo impresso em oito páginas, acrescido dos poemas Anatomia do Homem e mais as poesias Chromo (para Hortência Ribeiro) e Amor Materno (à minha mãe), com 16 páginas.
Em 1908, Chagas Baptista lançou em Recife A História de Antonio Silvino (novos crimes) “Contendo todas as façanhas do célebre quadrilheiro desde setembro de 1907 até junho de 1908” e depois A morte de Cocada e a prisão de suas orelhas e a política de Antonio Silvino.
A partir de 1911, Chagas Baptista passou a editar o cordel na Paraíba. O primeiro com o título Novas Lutas de Antonio Silvino, editado pela Livraria Gonçalves Penna localizada na rua Maciel Pinheiro, na cidade hoje chamada de João Pessoa. Neste, o enredo impresso em 16 páginas prometia continuar na Segunda Luta de Antonio Silvino com uma onça. Na segunda página vinha a gravura de Antonio Silvino com traços esmaecidos como se fosse produto da passagem da gravura original por diferente processo de produção.
Com as gravuras sempre na segunda página, as histórias de Chagas Baptista prosseguiam. Em 1912 com a imagem mais deformada. No ano de 1925, também em página interna, a mesma figura de Antonio Silvino passou a ilustrar a História Completa de Lampião só que desta vez traçada em nova xilogravura com pequena e gorda imagem, mais parecido com o homem nordestino. Ela está impregnada de forte tinta no alto relevo de matizes de madeira, que viriam a se transformar em prática atual dos xilogravadores populares.
Nos folhetos de Chagas Baptista as gravuras só vieram para a capa a partir de 1925, quando Chagas aderiu à zincografia (matizes metálicas) nos livretos Conselhos do Padre Cícero a Lampião e O marco de Lampião.
Uma das muitas coisas boas que pude encontrar na Feira do Livro de Mossoró foi o livro XILOGRAVURA POPULAR NA LITERATURA DE CORDEL, de Jeová Franklin, em comemoração aos 100 anos da xilogravura popular na literatura de cordel, editado pela LGE Editora.
Apresentando obras dos principais xilogravadores nordestinos, o livro traz ainda um DICIONÁRIO ONOMÁSTICO DE XILOGRAVADORES POPULARES DO NORDESTE.
Segue um trecho do livro:
A gravura popular utilizada na literatura de Cordel apareceu no Nordeste em 1907, sem festas e completou o primeiro centenário, quase 200 anos depois da chegada da imprensa ao Brasil. A primeira xilogravura apareceu no folheto de Francisco das Chagas Baptista em setembro de 1907. Foi editado na Imprensa Industrial instalada na Rua Visconde de Itaparica, números 49 e 51 no Recife.
Na página interna onde era impressa a xilogravura, não havia título e nenhum tipo de apresentação, apenas a legenda pura e simples com o nome Antonio Silvino. Um homem vestido de chapéu de couro, com bacamarte na mão e espada na cintura, mais parecido com o tipo europeu.
Ao imprimir o enredo poético de 48 páginas, sem outros anexos, o folheto trazia na capa o nome do autor, o título em horizontal e abaixo dele o seguinte aviso: A história de Antonio Silvino, contendo o retrato e toda a vida de crimes do célebre cangaceiro, desde o seu primeiro crime até a data presente – Setembro de 1907.
Tanto os folhetos com xilogravura ou sem xilogravura fazem parte dos primeiros enredos datados e arquivados no Brasil. Os poetas pioneiros em poesia popular, Antonio Pirauá de Lima, Francisco das Chagas Baptista e Leandro Gomes de Barros, não deixaram cópias escritas dos poemas populares editados no final do século XVIII.
A Fundação Casa de Rui Barbosa mantém na Literatura popular em versos o folheto produzido por Chagas Baptista em 1904, com o nome a Vida de Antonio Silvino, editado pela Imprensa Industrial. Nele está o enredo impresso em oito páginas, acrescido dos poemas Anatomia do Homem e mais as poesias Chromo (para Hortência Ribeiro) e Amor Materno (à minha mãe), com 16 páginas.
Em 1908, Chagas Baptista lançou em Recife A História de Antonio Silvino (novos crimes) “Contendo todas as façanhas do célebre quadrilheiro desde setembro de 1907 até junho de 1908” e depois A morte de Cocada e a prisão de suas orelhas e a política de Antonio Silvino.
A partir de 1911, Chagas Baptista passou a editar o cordel na Paraíba. O primeiro com o título Novas Lutas de Antonio Silvino, editado pela Livraria Gonçalves Penna localizada na rua Maciel Pinheiro, na cidade hoje chamada de João Pessoa. Neste, o enredo impresso em 16 páginas prometia continuar na Segunda Luta de Antonio Silvino com uma onça. Na segunda página vinha a gravura de Antonio Silvino com traços esmaecidos como se fosse produto da passagem da gravura original por diferente processo de produção.
Com as gravuras sempre na segunda página, as histórias de Chagas Baptista prosseguiam. Em 1912 com a imagem mais deformada. No ano de 1925, também em página interna, a mesma figura de Antonio Silvino passou a ilustrar a História Completa de Lampião só que desta vez traçada em nova xilogravura com pequena e gorda imagem, mais parecido com o homem nordestino. Ela está impregnada de forte tinta no alto relevo de matizes de madeira, que viriam a se transformar em prática atual dos xilogravadores populares.
Nos folhetos de Chagas Baptista as gravuras só vieram para a capa a partir de 1925, quando Chagas aderiu à zincografia (matizes metálicas) nos livretos Conselhos do Padre Cícero a Lampião e O marco de Lampião.
Coool!
ResponderExcluirI am a usa people, but i have portuguese classes
Cool in brazil is legol, legal
Very good
bye