terça-feira, 12 de agosto de 2008

Os dois soldados (4ª parte)



CORDEL EM CAPÍTULOS IV

O
post anterior terminou com a estrofe:

Só que, enquanto ele lutava
Pra me ajudar a sair,
O inimigo prosseguia
Querendo nos destruir,
E as bombas que caíam
A qualquer momento iriam
Fazer tudo explodir.


E a história continua...

OS DOIS SOLDADOS
Marcos Mairton
(continuação)

E de fato, explodiu,
Mas eu já tinha saído.
Aí vi que o capitão
Estava muito ferido.
Pois um grande estilhaço
De ferro ou mesmo de aço
Havia lhe atingido.

Consegui sobreviver,
Por causa daquele amigo,
Que, tentando me salvar,
Expôs-se muito ao perigo,
E sofreu um ferimento
Que causou um sangramento
Na altura do umbigo.

A partir desse momento,
Era eu que o socorria.
Carregando-o em meus ombros
Para bem longe eu corria,
Mas, sem ter para onde ir,
Não pude mais prosseguir,
Nem andar eu conseguia.

Foi só aí que eu vi
Que os outros dois soldados,
Que para aquela missão
Comigo foram chamados,
Também nos acompanhavam
E, como eu, lá estavam
Feridos e assustados.

Ficamos todos ali,
Eles, eu e o capitão.
Escondidos, esperando
Melhorar a situação.
Mas o capitão sangrava,
Bem depressa piorava
Ali, deitado no chão.

Foi então que eu lhe falei:
“Capitão, muito obrigado,
O que o senhor fez por mim
Me deixou impressionado,
Arriscando a sua vida
Desta forma destemida
Pela vida de um soldado”.


Continua no próximo post...

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