terça-feira, 12 de agosto de 2008

Os dois soldados (5ª parte)



CORDEL EM CAPÍTULOS V

O
post anterior terminou com a estrofe:

Foi então que eu lhe falei:
“Capitão, muito obrigado,
O que o senhor fez por mim
Me deixou impressionado,
Arriscando a sua vida
Desta forma destemida
Pela vida de um soldado”.


E a história continua...

OS DOIS SOLDADOS
Marcos Mairton
(continuação)

Nessa hora ele me disse:
“Sei que logo irei morrer,
Mas, antes de eu partir,
Tenho algo a lhe dizer:
Quando eu me arrisquei,
Fiz apenas o que achei
Que eu tinha que fazer.

Não fiz para ser herói
Nem pra ser condecorado,
Mas, se há algo do que eu sei,
Que pode ser ensinado,
Eu digo e sei que acerto:
Faça sempre o que achar certo
Por mais que seja arriscado”.

Ele disse aquela frase
E ali mesmo morreu.
Uma grande emoção
Sobre mim se abateu.
Então acordei chorando,
Minha mulher perguntando
O que foi que aconteceu.

Foi um sonho tão real
Que custei a acreditar
Que havia apenas sonhado
E acabava de acordar.
Minha cabeça zunia,
Levei quase todo o dia
Para me recuperar.

Mas, depois, passou o tempo,
E eu acabei me esquecendo
Daquele sonho que um dia
Me fez acordar tremendo,
Como também da lição
Que me deu o capitão
Quando estava ali, morrendo.

Você deve estar pensando:
“O que isto tem a ver
Com as suas queimaduras
Que ora lhe fazem sofrer?”
Espere que eu lhe conto
E é bom que esteja pronto
Para o que vou lhe dizer.


Continua no próximo post...

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